Todo jogo de iPad deveria ser como Monkey Island 2

Eu adoro os adventures gráficos da Lucasarts. Joguei todos eles nos anos 90: Indiana Jones, Day of Tentacle, e o meu favorit: Monkey Island. Mas mesmo deixando de lado o meu gosto pessoal, eu diria que Monkey Island 2 é a própria definição de um jogo incrível e inteligente para iPad.

Eu adoro os adventures gráficos da Lucasarts. Joguei todos eles nos anos 90: Indiana Jones, Day of Tentacle, e o meu favorit: Monkey Island. Mas mesmo deixando de lado o meu gosto pessoal, eu diria que Monkey Island 2 é a própria definição de um jogo incrível e inteligente para iPad.

Os adventures da Lucasarts são lendários. O humor, os gráficos, a animação, os enigmas… todo mundo que os joga se apaixona pela arte, pelos diálogos, personagens, música e todo o resto. E a série Monkey Island é considerada o ápice do gênero. Ela conta a história de um dos melhores anti-heróis que existem: Guybrush Threepwood. O seu objetivo no primeiro jogo é se tornar um pirata e encontrar o segredo da Monkey Island. Ele não encontra, mas um monte de outras coisas acontecem.Em Monkey Island 2, ele tenta encontrar o maior tesouro do Caribe: o Big Whoop. Em vez disso, o que ele encontra é um dos melhores finais de jogos que eu consigo lembrar. 

Nova arte e música

A equipe de Monkey Island 2 Special Edition fez um ótimo trabalho, de cima a baixo. O primeiro tinha alguns problemas com a interface (mais sobre isso a seguir), mas este é pura maravilha. Eles deixaram de fora a cena de abertura – que eu adorava no original –, mas fora isso é uma retomada do clássico sem nenhuma falha. A arte, a música, a animação, os conteúdos extras, a atenção aos detalhes… tudo nesta produção soa como um jogo de verdade. Eu queria que todos os jogos de iPad tivessem essa qualidade. 

Assim como o Monkey Island Special Edition para o iPhone, o MI2 também tem dois modos: o Classic, que é uma reprodução exata do antigo jogo, inclusive com os gráficos e sons da época, e o modo Special Edition, que é o padrão modernizado. Para alternar entre os modos, você só precisa arrastar dois dedos pela tela. A qualquer momento do jogo. É lindo.

A Edição Especial de Monkey Island 2 para o iPad é muito melhor e mais detalhada que Monkey Island 1 para iPhone, graças à maior resolução possível no iPad. Ela captura todo o charme as cores acentuadas do clássico, incluindo cada detalhezinho de cada cena. A animação também é ótima. Em vez de usar sprites, o jogo parece transformar cada personagem em um boneco de cordas. O efeito muito bom.

O jogo também mantém o iMuse, um sistema de música interativa que mistura faixas dinamicamente para fazer a transição entre os diferentes temas. A qualidade do som e das músicas é ótima. Assim como a dublagem, que você pode usar no modo Classic também. 

A interface

Na primeira vez que eu vi um iPhone, eu instantaneamente quis que a Lucasarts relançasse todos os seus clássicos nele. Aqueles jogos tinham sido feitos para uma tela de toque. Infelizmente, o primeiro Monkey Island para iPhone não implementou controles de toque diretos. Era necessário arrastar o dedo pela tela para controlar um cursor, como se o iPhone fosse um trackpad de notebook, e então usar os comandos que eram exibidos em uma janela. Leva tempo para se acostumar com um sistema assim, e isso atrapalha a experiência geral. 

Em Monkey Island 2, no entanto, a interface de toque é perfeita. Você joga como se estivesse usando qualquer outro aplicativo de iPad. Toque na tela onde você quer que o Guybrush vá, e ele vai para lá. Se algo pode ser usado ou pegado, toque duas vezes e a opção aparece. É natural e prazeroso.

O jogo também te ajuda a identificar os objetos que você pode usar, pegar (roubar, na verdade) ou investigar: tocando na tela com dois dedos por um instante, eles se iluminam brevemente na tela:

Coisas extras legais (ou extra-legais)

Um jogo de piratas vem com o seu próprio tesouro escondido: faixa de comentários em áudio. Alguns não vão nem se importar com isso, mas muitos que jogaram os clássicos vão adorar ouvir o que Ron Gilbert, Tim Schafer e Dave Grossman – os designers do jogo – têm a dizer sobre muitas das cenas, incluindo anedotas e chiliques totalmente aleatórios. 

O recurso de comentário em áudio foi perfeitamente implementado e pode ser ativado a qualquer momento, clicando no botão de microfone do canto superior direito. O único problema é que ela não vem com comentários infinitos pra eu ficar ouvindo até morrer.

Também dá pra achar uns Easter Eggs bacanas. Um exemplo que não está tão escondido, já que é bem visível no jogo original: na última parte do jogo, a ilha onde o Big Whoop está escondido, você encontra um orelhão em uma palmeira. Com ele você pode ligar para a central de dicas da Lucasarts (naquela época, com a internet ainda dando os primeiros passos, os serviços de dicas por telefone eram um grande negócio para empresas como a Lucasarts). Na edição especial você conversa com um cara aleatório, mas no clássico você conversava com outra pessoa lendária da Lucasarts: Tabitha Tosti. Naquela época, a Tabitha era responsável pelo suporte a clientes e administrava o fórum Compuserve da Lucasarts – Deus sabe o quanto a gente trocava mensagens naquela época, conversando sobre Monkey Island, Indiana Jones, SWOTL, X-Wing vs. TIE Fighter…

Um jogo obrigatório

Monkey Island 2 Special Edition custa US$ 10, mas vale absolutamente cada centavo. Para pessoas que não conhecem o jogo, o preço é bem justificado por horas e horas de jogabilidade e diversão. Acaba saindo muito barato. Para quem já jogou – e para veteranos como eu, que já zeraram um monte de vezes –, sai ainda mais barato: além da nova arte, música e interface, tem também o charme extra da nostalgia.

Vá comprar. É o melhor, mais inteligente e mais divertido jogo que você vai encontrar no iPad hoje.

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