Eu (quase) andei em um cabo entre duas torres com a realidade virtual da Sony

O Sony PlayStation VR é tão real que chega a assustar. E isso é ótimo.

Ontem eu coloquei um headset Sony Morpheus (que terá o nome final de PlayStation VR) e tive a oportunidade de atravessar de uma torre a outra do World Trade Center em cima de um cabo. Eu tive a oportunidade – não significa que eu fiz isso.

Como parte da promoção do filme A Travessia, a Sony preparou uma demonstração em realidade virtual com base no longa. A Travessia, dirigido por Robert Zemeckis, conta a história do acrobata francês Philippe Petit, que caminhou em um cabo entre as duas torres gêmeas do World Trade Center em 1974.

A demonstração criada para o Morpheus foi em cima do principal acontecimento do filme – a tal da travessia. Com o Morpheus na cabeça, lá estava eu em 1974 em cima de uma das torres mais altas do planeta, com um simples cabo me separando da sua irmã gêmea. Era só dar o primeiro passo para atravessar. Mas vamos com calma.

No topo do mundo

Não há muito que eu possa falar sobre o Morpheus que já não tenha sido dito por aqui – já testamos ele mais de uma vez. O modelo que eu testei ainda é o Morpheus não finalizado, e não o PlayStation VR. Não sei até que ponto a versão final será diferente dessa. Em um display promocional do filme, uma PlayStation Camera ligada ao PlayStation 4 me observava, enquanto eu vestia o headset e via um mundo completamente diferente daquele ao meu redor.

Em um primeiro momento, diria que a demonstração é bastante impressionante. Eu percebia que, de fato, estava no topo do World Trade Center. Olhar para baixo me assustava um pouco, mas eu briguei comigo mesmo até conseguir olhar – afinal de contas, nada daquilo que eu via era real. No começo, a ideia era apenas que eu apreciasse a vista privilegiada que tinha. Foi o que fiz. Me senti tranquilo, no geral. Aos poucos, no entanto, um temido momento chegaria: eu teria que caminhar no cabo.

E foi no momento mais importante que eu percebi como a experiência do Morpheus é bastante convincente. Por mais que eu soubesse que era apenas uma simulação, por mais que eu soubesse que nada ia acontecer se eu pisasse em falso, ou perdesse o equilíbrio, eu não conseguia tirar o meu pé do chão para dar o primeiro passo no cabo. Foi uma desconexão completa entre meu lado racional e o que meus olhos viam. Meus olhos viam algo assustador. Meu cérebro sabia que aquilo não era real. Mas, do mesmo jeito, era difícil dar o maldito passo.

Vou ser sincero, estou bem longe de ser uma pessoa animada com coisas extremas. Nem em parque de diversão eu costumo me arriscar muito, evitando certos brinquedos que eu sei que me deixarão mais nervoso do que me divertirão. Assim, preferi não brigar contra mim mesmo. Quando eu finalmente consegui tirar um pouco o pé do chão, vi o cabo balançando e aceitei a derrota – e aí acabou a minha experiência com o Morpheus.

Uma realidade virtual bastante real

É engraçado pensar o quão ridículo é isso: era um mundo virtual real o suficiente para me fazer sentir quase como se estivesse lá, e isso me fez querer sair de lá. Quer dizer, eu passaria mais um tempão olhando para esse mundo gerado em uma tela ao meu redor, mas não andando em cabos virtuais. Então a realidade virtual é para mim, só talvez não dessa forma.

Foi uma experiência suficientemente realista, a ponto de enganar completamente meu cérebro por alguns momentos. Foi incrível. Eu aceitaria fazer novamente (talvez não a mesma demonstração exatamente, mas enfim). Eu queria ter um desses em casa, mesmo sabendo que provavelmente levarão alguns anos até termos uma quantidade considerável de conteúdo de qualidade para os dispositivos de realidade virtual como um todo.

Ainda preciso testar outros headsets de realidade virtual (o único que testei antes do Morpheus foi o Samsung Gear VR), mas minha experiência até aqui foi bastante positiva, me deixando animado para ver o que mais vem pela frente. O começo de 2016 trará o PlayStation VR, o HTC Vive e o Oculus Rift, e certamente ouviremos falar bastante sobre eles até lá.

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