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Tudo o que sabemos sobre a Apple Store brasileira

A Apple dá bastante importância às suas lojas físicas, e dá para notar: nos eventos de lançamento, a empresa faz questão de mostrar as Apple Stores que inaugurou nos meses anteriores, e ressaltar a escolha do local, o cuidado com o design, e a qualidade do atendimento. É por isso que ficamos felizes em saber […]

A Apple dá bastante importância às suas lojas físicas, e dá para notar: nos eventos de lançamento, a empresa faz questão de mostrar as Apple Stores que inaugurou nos meses anteriores, e ressaltar a escolha do local, o cuidado com o design, e a qualidade do atendimento.

É por isso que ficamos felizes em saber que a Apple enfim abrirá uma de suas lojas no Brasil. Enquanto os detalhes oficiais são escassos – como é de praxe com a Apple – já sabemos de vários detalhes sobre a primeira Apple Store do país. Vamos a eles.

Por que uma Apple Store física no Brasil?

Você pode comprar produtos da Apple em muitos lugares: revendas especializadas, lojas na internet, e na própria Apple Store online. Mas nenhuma dessas lojas oferece o que vemos nas lojas físicas da Apple.

Por exemplo, seu conhecido pós-venda. No Brasil, caso seu iPhone tenha algum defeito, você precisa recorrer às operadoras – que nem sempre estão dispostas a ajudar. Seria ótimo recorrer direto à Apple, indo até à Genius Bar. Lá, um funcionário realiza a troca de unidades com defeito, e até ajuda clientes a usar e configurar produtos.

O ponto de venda também é notável, como explica o Ztop. Algumas lojas têm balcão de venda expressa: você entra, escolhe seu produto e paga na hora, sem pegar fila de caixa. Aliás, para comprar e pagar, você lida direto com o vendedor: ele saca um iPod Touch com leitor de cartão de crédito, e emite um recibo eletrônico enviado por e-mail. Para quem quiser a notinha, há impressoras de nota fiscal nas bancadas; também é lá onde se realiza o pagamento em dinheiro.

A própria experiência de visitar uma Apple Store é bem específica, e nenhuma revendedora conseguiu replicá-la por aqui: o visual clean, a clássica escadaria de vidro, e as mesas com Macs, iPads e iPhones prontos para serem experimentados. Isto parece um detalhe pequeno, mas quantas lojas você já visitou onde não era possível testar smartphones porque não havia acesso a 3G nem Wi-Fi? Ou laptops protegidos por acrílico transparente? Ou qualquer outra coisa que impedia você de testá-los? Vamos ver se o varejo nacional segue o exemplo das Apple Stores pelo mundo.

Afinal, isso dá resultado: segundo estimativas da Asymco, Apple Stores têm 17 vezes o desempenho financeiro de outros varejistas nos EUA. Ou seja, elas têm receita de aproximadamente US$67.000 por metro quadrado. A média das vinte varejistas mais rentáveis é de aproximadamente US$8.500/m² ao ano.

No mundo, mais pessoas visitam Apple Stores do que visitam parques da Disney: foram 370 milhões de pessoas durante o ano passado. E seus números de visitantes são comparáveis até mesmo à Best Buy, uma das maiores varejistas do mundo, com mais de 1.100 lojas. Em comparação, existem cerca 400 Apple Stores globalmente.

Onde ela estará?

A Apple confirmou oficialmente que abrirá sua primeira loja no Rio de Janeiro. Mas em qual lugar da cidade? Na Zona Sul, próximo às conhecidas praias de Ipanema e Copacabana? No Porto Maravilha, que quer ser um polo tecnológico?

Todos os palpites e rumores apontam para outro lugar: a Barra da Tijuca. Esta é a região que mais cresce no Rio, onde a classe média com algum dinheiro a mais pode morar em apartamentos grandes, sem pagar os valores altíssimos que se cobra na zona Sul – bairros como Leblon, Ipanema e Jardim Botânico estão entre os mais caros do país.

A Barra da Tijuca é conhecido como a “Miami brasileira”, devido aos muitos condomínios de alto padrão, à grande influência da cultura americana, às praias e à infinidade de shoppings. E um desses shoppings quer atrair os consumidores mais abastados: o Village Mall, que abriu as portas em dezembro. Ele faz parte do complexo BarraShopping, e trouxe algumas marcas ao Brasil pela primeira vez, todas de luxo – não seria surpresa ver a Apple por lá.

E parece que isso vai mesmo acontecer. Depois de vários meses de rumores, o MeioBit descobriu que a Apple Brasil registrou uma nova filial… dentro do Village Mall. O registro foi feito na Junta Comercial de São Paulo (a sede da Apple fica em SP), e diz que a filial fica na “AVENIDA DAS AMERICAS, 3900, LJ 217 219-A”. A Apple Store ficaria no segundo andar do shopping, em um espaço ainda não ocupado por nenhuma loja.

Pode-se argumentar que a Apple se posiciona como uma marca de luxo no Brasil. Afinal, ela cobra R$2.500 pelo mais novo iPhone, e vende seus MacBooks (já caros) a preços muito mais altos que nos EUA. Então ela caberia bem em um shopping de luxo. Além disso, a Apple provavelmente ficou impressionada em como os brasileiros compram tanto nas Apple Stores de Miami, todas em shopping. Então por que não trazer uma de suas lojas a um shopping da Miami brasileira?

Apesar dos rumores, o Village Mall ainda não confirma (nem nega) ao Gizmodo Brasil que vai abrigar a Apple Store brasileira.

Quando as portas se abrirão?

O registro na Junta Comercial pode indicar que a abertura da loja está próxima. Afinal, a Apple é conhecida pela cultura de segredo, e não deixaria qualquer informação sobre o local da loja circular publicamente… a menos que o lançamento seja iminente.

Além disso, talvez a Apple Brasil esteja preparando o terreno para a loja nacional: no final de março, a empresa convidou o Ztop para visitar sua loja na Lincoln Road, em Miami, e para mostrar como ela funciona. Como a Apple lida com a imprensa de forma diferente de outras companhias, é fácil imaginar que a Apple tinha algum motivo para oferecer – sem o Ztop pedir – uma visita à sua loja: a estreia deve estar próxima.

Então, quando isso vai acontecer? A revista Exame disse, no início de março, que “a inauguração está prevista para ocorrer em abril”. Talvez o prazo esteja apertado, no entanto: uma fonte envolvida com o assunto dá ao Gizmodo Brasil um prazo mais amplo – a Apple Store deve ser inaugurada no primeiro semestre.

Há alguns meses, a Apple abriu vagas para sua loja física, incluindo líder corporativo, Genius e encarregado de estoque. Isso foi em novembro – já passou tempo o bastante para recrutar funcionários e treiná-los, não?

Mas, como tudo no Brasil está sujeito a atrasos, talvez a inauguração aconteça depois. Esperamos que isto aconteça antes de setembro, quando geralmente ocorre um evento para lançar um novo iDevice. Nesses eventos, a Apple costuma destacar novas lojas físicas abertas pelo mundo.

E quanto a outras cidades? E as revendedoras, como ficam?

A Exame sugere que a Apple está otimista demais em se expandir pelo Brasil: “a companhia pretende abrir cerca de 30 Apple Stores no Brasil até 2016”. Isso parece algo muito agressivo: vários países importantes para a Apple mal têm vinte lojas da empresa; e isso concentraria muitos lançamentos da Apple em um só país, o que é incomum. Em média, a Apple inaugura no mundo cerca de 30 a 35 lojas por ano.

Por outro lado, isto sinaliza que a Apple está determinada a expandir-se no Brasil. Por isso, a loja no Rio de Janeiro não deve ser a única: segundo a Exame, executivos da Apple já conversam com shoppings em São Paulo – como o Cidade Jardim – para abrir lojas na cidade.

Com todo esse ímpeto de expansão, as revendedoras – 42 no Brasil, mais redes de varejo como Fnac e Fast Shop – parecem estar preocupadas. Afinal, como explicamos acima, a Apple Store oferece algumas vantagens adicionais que as Apple Premium Resellers (APR) não têm.

Uma fonte diz ao Gizmodo Brasil que a Apple, para apaziguar os ânimos, promete mais produtos para as revendedoras, que sofrem com escassez de produtos como o iPhone 5. A Apple também deve fornecer mais unidades de outros produtos, não apenas o iPhone.

A chegada da Apple Store ao Brasil é uma confluência de vários fatores: o maior interesse da empresa no Brasil (e outros países emergentes); nossa posição como sede da Copa 2014 e Olimpíadas 2016; e a posição da Apple como uma marca de luxo no país. Se isso não deve significar uma redução no preço dos iDevices, a Apple Store pode enfim ditar um padrão de atendimento ao consumidor, e confirmar que a Apple enfim está dando mais atenção ao país.

Fotos por Matt Buchanan

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