Tudo o que você precisa saber sobre a bagunça do padrão USB-C

USB tipo C, ou simplesmente USB-C, é um negócio que parece ótimo na teoria. Uma única porta para carregar, transferir dados, conectar monitores e muito mais, e tudo isso podendo ser reversível. Uau! Três anos depois de seu lançamento, ela já está presente em muitos computadores e celulares, mas, na prática, a coisa não é […]

USB tipo C, ou simplesmente USB-C, é um negócio que parece ótimo na teoria. Uma única porta para carregar, transferir dados, conectar monitores e muito mais, e tudo isso podendo ser reversível. Uau!

Três anos depois de seu lançamento, ela já está presente em muitos computadores e celulares, mas, na prática, a coisa não é tão simples assim. A seguir, falaremos o que você precisa saber sobre o USB-C em 2018.

Você provavelmente está usando o cabo HDMI errado

O que é USB-C?

A ideia por trás do USB, de forma geral, é padronizar portas e conectores, garantindo que uma parte vai funcionar corretamente com a outra. Isso está até no nome do padrão: Universal Serial Bus — barramento serial universal, em tradução livre. O USB-C é a mais recente implementação desse conceito, e tem como objetivo tornar mais simples a vida de produtores e consumidores.

USB-C se refere, especificamente, ao tipo de conector na ponta de um cabo ou de porta acoplada na lateral de um laptop. É aquele plugzinho compacto que você pode colocar de qualquer dos dois lados. Ele não tem nada a ver com o padrão suportado por uma entrada ou por um cabo, dizendo respeito apenas à forma física da tecnologia e aos fios que podem ser usados.

Como dissemos, este conector, tecnicamente, é compatível com transferências de dados, carregamento de energia, saída de vídeo (também chamada de modo alternativo) e muito mais. Ele pode ser usado de maneira bidirecional, o que significa que a mesma porta pode carregar o notebook ou usar a bateria dele para carregar seu celular.

A disponibilidade desses recursos, porém, não depende apenas do USB-C, mas também do padrão USB dos seus aparelhos. O mais recente é o 3.2, mas nenhum hardware com ele foi lançado até o momento. Em outras palavras, a porta USB-C pode oferecer suporte a USB 2.0, USB 3.1 ou até mesmo Thunderbolt.

Estes padrões USB escondidos e os novos tipos de conectores como o USB-C são desenvolvidos pelo USB Implementers Forum (USB-IF). Novos plugs e tecnologias geralmente são anunciados ao mesmo tempo. Isso acaba confundindo muita gente, pois são coisas tecnicamente separadas. A versão do USB tem tanta importância quanto o formato e a configuração da porta. Todas essas informações são essenciais na hora de descobrir o que você pode fazer com seu computador ou celular.

Os padrões USB e USB-C atuais

A velocidade teórica de transferência de dados do USB 3.2 é de 20 Gbps. É um avanço considerável em relação aos 10 Gbps oferecidos pelo USB 3.1, mas dificilmente você vai alcançar essa taxa com os equipamentos vendidos por aí para consumidores comuns.

O resto não mudou muito — até por isso ele é 3.2 e não 4.1. Mesmo assim, produtos com essa tecnologia só devem chegar ao mercado em 2019.

O padrão USB-C não mudou desde sua apresentação. O que você não deve saber é que marcas e fabricantes escolhem como implementar a tecnologia e que recursos incluir. Um notebook, por exemplo, pode ter quatro portas USB-C, mas só uma servir para carregá-lo. Se formos pensar em dongles, então, a coisa fica ainda mais complicada.

Descobrir o que significa USB-C em uma ficha de especificações técnicas pode ser complicado. Se você precisa de um cabo para carregar dispositivos maiores ou para saída de vídeo, vai precisar ler toda a descrição do produto. Não dá para saber só olhando o tipo de conector.

Este cabo, por exemplo, não serve para conectar um monitor externo, mas este aqui, sim. A diferença só aparece ao olhar a lista inteira, mas você precisa saber o que está procurando.

Se você for olhar nas especificações técnicas do Pixel 2, verá o USB-C listado junto com a versão (3.1) e também o padrão Power Delivery 2.0, para carregamento rápido (de novo, este é um padrão bastante relacionado com o USB-C, mas tecnicamente separado dele).

O que o Pixel não tem é a função de saída de vídeo. Claro, não é um recurso muito necessário; só queremos enfatizar que as diferenças de uma porta para outra vão muito além do formato do conector.

Os problemas com o USB-C

Como você pode notar, ver uma porta USB-C no seu celular ou computador só conta a história até a página dois. Nem todas as entradas são criadas iguais. O que você pode realmente fazer com elas depende da tecnologia dos cabos e do que o fabricante decidiu colocar naquela porta.

Robert Triggs desenha muito bem as consequências disso em um artigo no Android Authority. As diferentes maneiras possíveis de se usar o USB-C, cada uma adotada por um fabricante, tira um pouco do brilho desse admirável mundo novo em que um conector serve por todos.

Por exemplo: ter USB-C no seu smartphone significa que você pode usar qualquer carregador desse tipo, certo? Sim, até certo ponto. A velocidade de carregamento, entretanto, pode variar. De maneira similar, talvez ele não tenha suporte ao recurso de transferir energia para outros smartphones que você tanto desejava.

Em outras palavras, o que queremos dizer é que o USB-C não resolveu, até o momento, nossos problemas com cabos e dongles. É um padrão bastante promissor, mas sua versatilidade só significou que ele é caro e complicado de implementar, por ora.

Por isso, aliás, muitas portas e cabos deixam de lado recursos avançados que foram associados ao padrão. Tecnologias proprietárias de algumas empresas, como o carregamento rápido, deixam a questão ainda mais confusa.

O mesmo acontece com a saída de vídeo. O USB-C tem capacidades extraordinárias no que diz respeito à transmissão de dados em altíssima velocidade, mas isso também significa mais interferência.

Para minimizar esse problema, o cabo precisa de tecnologias complementares, especialmente se ele tiver mais de um metro de comprimento. Portanto, se você quer usar isso, precisa procurar um cabo ativo e não passivo, e/ou o logo SuperSpeed. Além de, claro, conferir se a porta em questão oferece suporte a vídeo, em primeiro lugar.

Usando o USB-C agora e no futuro

Apesar das questões que mencionamos, não há dúvidas de que o USB-C é o futuro. Ele traz diversas melhorias importantes em relação aos formatos anteriores. O desenvolvimento de novos padrões para esse conector, começando pelo 3.2, que deve chegar ano que vem.

Por enquanto, você precisa tomar cuidado na hora de comprar qualquer coisa com portas desse tipo, ou de comprar alguma coisa pretendendo usá-la com essas portas.

Fichas de especificações técnicas devem listar a corrente, a transferência de dados e outros padrões suportados. O problema é que muitos fabricantes são bem preguiçosos e negligentes com relação a isso.

A solução, nesse caso, é procurar informações em fóruns online e em reviews. Entrar diretamente em contato com a marca também é uma opção.

A situação vai melhorar conforme novos aparelhos forem chegando. Assim, a necessidade de oferecer suporte a dispositivos mais antigos vai começar a ser deixada de lado. Se tudo for USB-C, você não vai mais precisar entrar em pânico a cada novo produto que comprar. Os preços vão cair e mais opções vão chegar ao mercado. Logo, mais e mais portas desse tipo estarão por aí explorando todo seu potencial.

Até lá, etiquetas melhores e especificações menos confusas certamente ajudariam, especialmente quando estamos lidando com acessórios e dispositivos que não vêm junto com os aparelhos que compramos.

Por isso, tome muito cuidado. Confira mais de uma vez se seus cabos e suas portas podem realmente cumprir o que você espera deles.

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