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TV burra é que faz imagem boa

Lembra quando acharam que seria uma boa ideia fazer TVs já com videocassetes embutidos? Lembra que, bem, acabou não sendo uma boa ideia no final? Então, TVs conectadas são um caso parecido. Uma TV é uma compra enorme. As pessoas gastam milhares de dinheiros para levar para casa um produto que durará alguns anos, será […]

Lembra quando acharam que seria uma boa ideia fazer TVs já com videocassetes embutidos? Lembra que, bem, acabou não sendo uma boa ideia no final? Então, TVs conectadas são um caso parecido.

Uma TV é uma compra enorme. As pessoas gastam milhares de dinheiros para levar para casa um produto que durará alguns anos, será usado por horas todos os dias e exibido em lugar de destaque em suas casas, quase como um móvel ou objeto de decoração. Comprar uma TV tem mais em comum com comprar um carro do que um eletrônico.

É difícil encontrar no saguão da CES uma TV que não tenha apps, widgets ou alguma camada de software entre o telespectador e o que ele está assistindo. E, para ser justo, há muitas ideias bacanas por aqui: streaming de YouTube é algo que as pessoas realmente vão usar; a capacidade de rodar arquivos de mídia direto de uma rede local também é ótima. E, bem, todo mundo curte widgets de previsão do tempo.

Mas aqui está o problema: todas essas coisas são efêmeras, quase descartáveis. Os pequenos computadores enfiados dentro dessas TVs vivem em uma parte do mundo da tecnologia que se move a uma velocidade diferente, onde hardware e software nascem e morrem em um espaço de, sei lá, dois anos. Pense dessa forma: a HDTV que você comprou há quatro anos provavelmente ainda é boa e está bonita. O smartphone que você comprou há quatro anos já deve estar em lixão, ao lado do netbook que você comprou em 2008.

Eu não quero dizer que as TVs “inteligentes”, conectadas, não têm o seu valor, ou não serão uma boa compra a curto/médio prazo. Elas têm, e serão! Mas pagar a mais por uma TV com um arremedo de App Store que possivelmente estará morto daqui a dois anos é que não me parece inteligente. Você ainda estará usando a TV daqui a alguns anos, mas uma parte significativa dela — uma pela qual você pagou a mais — provavelmente terá morrido ou caído em desuso.

Então esta é a ideia: só compre TVs não-inteligentes. Compre TVs com imagem perfeita, bom som e um acabamento bonito, mas deixe os Blu-Ray Players, Google TVs externos, Apple TVs etc tomarem conta da conectividade e do conteúdo que nos é fornecido pelas melhores Internet TVs de hoje. Gaste o seu dinheiro naquilo que você sabe que ainda vai querer daqui a alguns anos — uma boa tela — e deixe um espaço na sua estante para os acessórios que trarão as funções secundárias por um tempo e depois serão substitu;idos. Sem contar que interfaces como a da Apple TV e do Boxee estão muito à frente do que empresas como LG e Samsung oferecem em termos de usabilidade nestas TVs conectadas.

Fica o conselho.

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