Twitch suspende canais de duas streamers de sensuais com yoga e ASMR

Amouranth e Indiefoxx, que juntas possuem mais de 5,6 milhões de seguidores, ficaram suspensas até esta segunda (21). Canais já voltaram ao ar.
Amouranth foi suspensa mais uma vez pelas lives de ASMR. Imagem: Amouranth/Twich

Na última sexta-feira (18), Kaitlyn “Amouranth” Siragusa e Jenelle “Indiefoxx”, duas das maiores streamers da Twitch, foram suspensas da plataforma por violarem as políticas de conduta da empresa. As duas jovens apareceram em suas respectivas lives fazendo poses de ioga e sussurrando sons de lambidas na orelha usando técnicas de ASMR no microfone. Isso segundo a Twitch, pode ser considerado como “conteúdos sexualmente sugestivos”.

Primeiro, é preciso deixar claro que nem Amouranth, nem Indiefoxx transmitiram conteúdo sexualmente explícito em seus canais no Twitch. Porém, a plataforma enquadrou as jovens nessa categoria porque “as avaliações sobre a sugestividade sexual de um comportamento ou atividade não dependem do que o usuário está vestindo, mas sim do enquadramento e do contexto geral” daquilo que está sendo exibido em live.

Amouranth contou ao Polygon que a Twitch justificou o banimento de suas lives como “conteúdo sexual”. A streaming ainda destacou que precisará ser mais cuidadosa para não cair na moderação do serviço, que não especifica exatamente o que pode ser considerado como um conteúdo inapropriado. Procurada pelo Polygon, a Twitch não comentou o assunto.

Os canais de Amouranth e Indiefoxx já voltaram ao ar — normalmente, o banimento temporário dura cerca de 72 horas. Respectivamente, elas possuem 3,6 milhões e 2 milhões de seguidores na Twitch. Ambas já haviam sofrido suspensão da plataforma anteriormente e mais de uma vez.

Indiefoxx é outra streamed que sofre suspensões constantes da Twitch devido aos conteúdos ASMR. Imagem: Indiefoxx/Acervo

Twitch ainda estuda maneiras de filtrar conteúdos

A Twitch segue enfrentando dificuldades para definir e moderar conteúdos que considera como “sexualmente sugestivos”. O chamado ASMR, por exemplo, ganhou popularidade na plataforma com a adesão de centenas de streamers sussurrando em seus microfones ou produzindo sons de lambida, ao mesmo tempo em que fazem poses sensuais de ioga. Outra categoria que vem ganhando seguidores é a de lives em banheiras, praias e piscinas, que, inclusive, ganhou uma tag dedicada em maio deste ano.

Só que nem assim a Twitch estreitou suas regras para filtrar aquilo que considera sexualmente sugestivo. Aliás, muitos criadores de conteúdo na Twitch acreditam que as diretrizes da plataforma são aplicadas de forma seletiva, principalmente contra mulheres. A própria Amouranth já disse ter sido repreendida e perder monetização do canal por fazer lives usando biquíni. A Twitch, por sua vez, afirma que usar um maiô dentro de um quarto pode violar as regras do serviço, mas que trajes de banho “contextualmente adequados” são permitidos.

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Como relata o TechCrunch, a Twitch admite que a criação de uma categoria para banheiras e afins tem servido como um “tapa-buraco”, já que a companhia reconhece a complexidade de analisar caso a caso. “Nossa intenção com a política de sugestão sexual era traçar um limite no conteúdo que fosse aberta ou explicitamente com conotação sexual, e não proibir todo o conteúdo que pudesse ser considerado sexualmente sugestivo. Mas reconhecemos que nossas regras não são tão claras quanto poderiam ser”, disse a companhia.

[Polygon, TechCrunch]

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