Twitter começa a testar opção para limitar quem pode responder a um tuíte

O Twitter acaba de começar a testar uma opção que permite escolher quem pode responder a uma publicação feita na plataforma.
Tela de início do Twitter
Crédito: Alastair Pike/AFP/Getty

Parece que as empresas de mídias sociais estão percebendo que ninguém gosta de trolls aleatórios aparecendo nas interações, nem de discussões inesperadas em algum conteúdo ou de bots pornôs que aparecem em tuítes de cinco anos atrás. Pegando carona com a iniciativa de controle de menções e hashtags do Instagram, o Twitter acaba de começar a testar uma opção que permite escolher quem pode responder a uma publicação feita na plataforma.

Por enquanto, o recurso só está disponível para uma pequena porcentagem dos usuários da rede. Aqueles que tiverem acesso à funcionalidade vão conseguir controlar quem pode responder seus tuítes, sem precisar trancar a conta.

São três controles disponíveis para os replys: todos podem responder, apenas as pessoas que você segue ou apenas as pessoas que você menciona no seu tuíte.

Os outros usuários ainda poderão ler, curtir e retuitar a publicação, mas a ideia é controlar quem pode interagir dentro daquela conversa.

Não está claro se os usuários poderão limitar as respostas de tuítes antigos, da mesma forma que o Facebook permite que você limite em massa quem pode ver suas publicações. Também não está claro se o novo recurso funcionará com uma sequência de tuítes.

Por exemplo, eu posso marcar alguém em um tuíte original, mas quando eu adiciono um segundo tuíte, marco uma pessoa diferente. Se eu definir minhas preferências de resposta apenas para as pessoas que eu mencionar, isso se aplica a todo o fio ou apenas aos tuítes individuais? Vamos testar isso quando tivermos acesso para ver o quão granulares essas configurações podem ser.

Como qualquer novo recurso nas redes sociais, ele pode ser utilizado tanto para o bem quanto para o mal. Uma figura pública de destaque que faça um tuíte completamente estúpido terá a opção de impedir respostas.

Especificamente nos Estados Unidos, especialistas alegam que se o Twitter permitir que autoridades públicas utilizem esse recurso, poderia haver conflito com a Primeira Emenda da Constituição de lá.

“Em geral, o investimento do Twitter em controles de usuários é uma coisa boa. Mas as autoridades públicas estariam violando a Primeira Emenda se usassem essa ferramenta para bloquear interlocutores em quaisquer contas que tenham aberto para conversas públicas em seus papéis de atores governamentais. Os funcionários públicos também não deveriam usar essa ferramenta para decidir quem pode ou não responder às contas que foram abertas para pedidos de assistência do governo, que podem estar em ascensão devido ao COVID-19”, disse Vera Eidelman, advogada da equipe do Projeto de Discurso, Privacidade e Tecnologia da ACLU (American Civil Liberties Union), uma ONG dos EUA que milita para defender e preservar direitos dos cidadãos do país.

Por outro lado, a ferramenta pode ajudar a prevenir assédios de todos os tipos. Já é possível definir alguns ajustes para as mensagens diretas, permitindo que apenas as pessoas que você segue enviem DMs. Com esses novos controles de resposta, parece que o Twitter está dobrando os esforços para dificultar a vida de quem quer te perturbar.

Será que isso vai impedir as pessoas de criar contas descartáveis para esse fim? É improvável. Além disso, ainda será possível citar um tuíte e dar uma resposta dessa forma – mas isso não trará a mesma visibilidade para algumas respostas.

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