O Uber procurava uma mulher para o cargo de CEO, mas ninguém quer assumir o problema

O Uber está mergulhado em uma briga interna pela liderança depois da renúncia do ex-CEO Travis Kalanick.
Vários logotipos da Uber em instalações nos EUA

O Uber está mergulhado em uma briga interna pela liderança depois da renúncia do ex-CEO Travis Kalanick. Eles, inclusive, parecem estar assustados com todas as candidatas mulheres para o posto.

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O Washington Post noticiou na última sexta-feira (4) que diversas executivas mulheres de alto escalão, incluindo Sheryl Sandberg do Facebook, Susan Wojcicki do YouTube, Mary Barra da General Motors, Carolyn McCall da EasyJet e Meg Whitman da Hewlett Packard abordaram o Uber pela liderança, mas todas foram rejeitadas e não são consideradas possíveis contratações. As três pessoas restante da lista de candidatos escolhidos são todos homens, com o presidente de saída da General Motors, Jeffrey R. Immelt, considerado o principal candidato ao cargo.

“Estamos desapontadas, é claro”, disse Joelle Emerson, chefe de diversidade da consultoria Paradigm, ao Post. “Poderia ter comunicado o compromisso da companhia de passar a ter uma cultura mais inclusive. Embora certamente eu não ache que contratar uma mulher iria garantir isso”.

O Post notou que as motivações de cada mulher que recusou o trabalho são desconhecidas. Mas uma reportagem recente do New York Times sobre a confusão envolvendo a decisão de Meg Whitman de não aceitar o emprego sugerido por Kalanick é sabotar esse processo de seleção como parte de uma tentativa de retorno do ex-CEO – apenas semanas depois de Kalanick ser pressionado para renunciar ao cargo por acusações de que ele permitiu uma cultura de abusos sexuais no trabalho.

Os desafios do Uber não são limitados apenas ao sexismo, mas também com as atuais batalhas judiciais com a empresa de carros autônomos Waymo e motoristas, além de novos competidores que estão crescendo como Lyft, perdas anuais de bilhões de dólares (o prejuízo só em 2016 foi de US$ 2.8 bilhões), além da renúncia da maioria dos líderes da empresa.

Existem muitas razões para que os detratores de Kalanick estejam desesperados por uma direção nova, e especialmente com um novo CEO que não seja um homem branco e velho e muitos desses problemas poderiam ajudar a explicar a busca embaraçada por um novo líder. Quem gostaria ser o rosto do fracasso do Uber, se a companhia continuar a afundar? E quem gostaria se tornar a mulher que receberá a culpa por não limpar a bagunça deixada por Kalanick?

[Washington Post]

Imagem do topo: AP

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