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Uber demite mais 3.000 funcionários, desligando um quarto de sua força de trabalho em um mês

Em 6 de maio, a companhia havia demitido 3.700 pessoas, e nesta segunda-feira foram mais de 3.000 desligamentos de funcionários ao redor do mundo.

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Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

A pandemia tem atingido de forma significativa a Uber, já que as pessoas têm ficado mais em casa e, consequentemente usando menos as caronas do app, ainda que o Uber Eats esteja aumentando o volume de entregas. Nesta segunda-feira (18), a companhia anunciou a demissão de mais pessoas, totalizando, junto com uma rodada de desligamentos no início do mês, um quarto do quadro de funcionários.

Em 6 de maio, a companhia havia demitido 3.700 pessoas, e nesta segunda-feira foram mais de 3.000 desligamentos de funcionários ao redor do mundo. Ao todo, a empresa informou que vai fechar 45 escritórios ao redor do mundo.

Há um tempo atrás, a Uber tinha de justificar seu alto valor de mercado, pois parecia mais um esquema para minar o setor de táxis.

Para fazer isso, a companhia fez várias apostas de prestígio com sua receita, desde veículos autônomos e entrega de cargas, passando por patinetes, uma incubadora de produtos, pesquisa de inteligência artificial e o Uber Works, uma plataforma de trabalho. As demissões, relatadas primeiramente pelo Wall Street Journal, reduzirão amplamente essas preocupações periféricas da empresa.

“Dado o impacto dramático da pandemia e a natureza imprevisível de qualquer recuperação eventual, estamos concentrando nossos esforços em nossas principais plataformas de mobilidade e entrega e redimensionando nossa empresa para corresponder à realidade de nossos negócios”, disse Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, em um comunicado enviado à SEC (Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA) e citado pelo jornal.

Desses dois aspectos, a Uber parece interessada em investir em caronas e entregas, sendo que esta primeira atividade apresentou uma redução de 80% na comparação ano a ano, de acordo com um porta-voz da empresa.

No ramo de entrega, em um momento em que a Uber está com dificuldades financeiras e provavelmente ainda deve demitir mais gente, foi relatado que a companhia está negociando a compra do Grubhub, o segundo maior concorrente do Uber Eats nos Estados Unidos. A aquisição não envolveria dinheiro, apenas ações. Embora as empresas não tenham concordado com os termos, os legisladores criticaram a possível fusão por representar um perigo à competitividade.

Fora isso, a Uber é alvo de um processo em seu estado natal, na Califórnia, que visa impor legalmente o status de funcionários aos motoristas da plataforma, que atualmente são considerados como autônomos — uma decisão econômica que livra a empresa de pagar salário mínimo, horas extras, despesas com combustível ou assistência médica à força de trabalho terceirizada da companhia.

Se a empresa perder este processo, terá ainda muito mais com o que se preocupar do que só os problemas causadas pela pandemia.

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