Um esboço do próximo iPad

A Apple é uma criatura cíclica, como ursos, unicórnios e mulheres. iPods em setembro, iPhones em junho, e provavelmente iPads em abril. Abril já está chegando! Então, sem muita surpresa, estamos começando a ouvir como será o próximo iPad. Por dentro Apesar de uma geração de dispositivos não formar uma tendência – pra jornalistas, tendências […]

A Apple é uma criatura cíclica, como ursos, unicórnios e mulheres. iPods em setembro, iPhones em junho, e provavelmente iPads em abril. Abril já está chegando! Então, sem muita surpresa, estamos começando a ouvir como será o próximo iPad.

Por dentro

Apesar de uma geração de dispositivos não formar uma tendência – pra jornalistas, tendências vêm em três – a Apple é menos mítica e mais econômica do que muita gente na internet poderia suspeitar. O chip A4 que surgiu no iPad também foi para o iPhone, iPod Touch e para a nova Apple TV. E esse chip também não é tão cheio de mistério: é um sistema-em-um-chip personalizado, construído com um processador ARM Cortex A8 a 1GHz com um chip gráfico PowerVR SGX 535 (também presente no iPhone 3GS). Não é absurdo pensar que a próxima geração do sistema-em-um-chip da Apple, que o Engadget chama de A5, vai seguir o mesmo padrão, como indicam as fontes: ele vai aparecer no próximo iPad, seguido pelo iPhone 5 (e seu equivalente iPod Touch, mas isso não foi dito pelos rumores) e pela próxima Apple TV.

E o que está neste novo chip da Apple? Bem, logicamente (e de acordo com fontes), o coração do A5 (ou do que quer que ele seja chamado) é o chip ARM da próxima geração. O ARM Cortex A9 multinúcleo (PDF), já visto em configurações de até 1,5GHz. Um A9 dual-core de 1GHz também está no coração do Nvidia Tegra 2, que está presente nos diversos tablets com Android 3.0 e smartphones com esteroides (como o Xoom, Atrix 4G e Droid Bionic da Motorola), e também está no chip TI OMAP 4430, do tablet BlackBerry PlayBook. Ah, e nos próximos CPUs da Samsung também, de codinome Orion, que devem aparecer na próxima geração de celulares, tablets e sei lá, geladeiras da empresa. (Imagem: Apple A4, da Chipworks/iFixit)

O BlackBerry PlayBook até que é um bom lugar para começarmos a pensar no tipo de desempenho que veremos no próximo iPad. Ele consegue rodar, simultaneamente, um vídeo em 1080p e Quake III. Sem engasgar. O chip TI OMAP 4430 dentro dele não só usa um processador A9 dual-core de 1GHz, como um chip gráfico PowerVR SGX540. De acordo com fontes da AppleInsider, e drivers encontrados no iOS 4.3, o A5 irá incluir um chip gráfico PowerVR SGX543 – provavelmente uma versão dual-core, resultando em poder gráfico 4 vezes maior que dos chips atuais do iPhone e iPad. Se o PlayBook faz o que faz com um chip inferior, imagine o que um processador dual-core fará. 1080p é só o começo.

Retina Display

O novo chip seria útil, por exemplo, para uma tela do iPad com resolução maior. Uma tela com o dobro da resolução atual (2048×1536) com quatro vezes mais pixels, pra ser mais exato. Nós ficamos descrentes no início, mas o site MacRumors descobriu imagens do sistema com o dobro da resolução dentro do app iBooks 1.1 e 1.2, com o nome bem parecido ao que vemos na Retina Display de 960×640 do iPhone 4, que tem o dobro da resolução da tela do iPhone anterior. (E Arnold Kim lembra, via Twitter, que as pessoas também estavam céticas em relação à tela do iPhone 4, quando ela era apenas um boato.)

Por que exatamente dobrar a resolução? Como aponta o MacRumors, é mais simples para os desenvolvedores (e para duplicar o número de pixels de apps que não forem recompilados com a nova resolução). Mas o mais importante é que, a 260dpi, a nova tela do iPad poderá ser considerada, possivelmente, uma Retina Display. Uma “retina display” é só o jeito marketeiro da Apple para uma tela na qual você não consegue distinguir os pixels. Para uma tela que você segura a 30cm do seu rosto, isto significa uma densidade de pixels pouco acima dos 300dpi, como a tela de 326dpi do iPhone 4. Usando o mesmo cálculo feito por Phil Plait para a Discover Magazine, para descobrir se o iPhone 4 tem de fato uma “tela retina”, você descobre que, segurando o iPad a 45-60cm de distância, 260dpi já satisfazem os requerimentos para uma Retina Display.

Bônus: para esses pixels a mais, seria necessária mais memória, então a Apple não poderia economizar na RAM desta vez, como fez no primeiro iPad.

Outros detalhes

O iPhone 4 foi lançado em versão CDMA nos EUA, e segundo o Engadget, o iPhone 5 virá com um chip da Qualcomm que suporta as redes CDMA e GSM, e poderemos ver esse chip primeiro no iPad 3G. Este é um padrão interessante se formando no ciclo de produtos da Apple: o iPad estreia a maior parte das tecnologias para o restante do ano.

Não é loucura, por mais de um motivo, esperar que o iPhone 5 receba um redesign completo. O próximo iPad supostamente tem um avanço mais conservador (mesmo tamanho, mas mais fino e elegante), com duas exceções: entrada para cartão SD e duas câmeras. (FaceTime já era esperado.)

E, mesmo com todas as melhoras no desempenho que estamos para ver, a Apple nunca deixou a bateria durar menos somente pela velocidade do aparelho. (Por isso o iPhone original não tinha 3G, e talvez o próximo iPhone ainda não tenha 4G/LTE.) Então espere uma duração de bateria igual, se não melhor.

O esboço básico do próximo iPad é tudo o que eu queria no original: ele vai ter uma tela bem melhor, será bem mais rápido e terá FaceTime. E o próximo iPhone, como (quase) sempre, terá coisas novas para tornar a versão anterior algo datado.

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