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União Europeia decide que Uber é uma empresa de transporte, e não de tecnologia

Desde o seu lançamento a Uber tenta convencer o mundo de que é uma empresa de tecnologia, e não uma empresa de transporte. Mas a principal corte da União Europeia não ficou convencida. A Corte de Justiça Europeia (ECJ, na sigla em inglês) deu causa perdida à empresa nesta semana, graças a um caso de […]

Desde o seu lançamento a Uber tenta convencer o mundo de que é uma empresa de tecnologia, e não uma empresa de transporte. Mas a principal corte da União Europeia não ficou convencida.

A Corte de Justiça Europeia (ECJ, na sigla em inglês) deu causa perdida à empresa nesta semana, graças a um caso de 2014. Na época, organização de motoristas de táxi de Barcelona afirmava que a Uber cria concorrência desleal ao não respeitar as mesmas regulamentações que os serviços de táxi comuns.

A Uber, como sempre, insistiu simplesmente que sua empresa desenvolve um aplicativo que ajuda pessoas a encontrarem motoristas.

A ECJ decidiu que o argumento não era sólido o suficiente, e na decisão proferida na quarta-feira (20) declarou que “qualquer empresa que pretenda conectar, por meio de um aplicativo de smartphone e em troca de remuneração, motoristas amadores que utilizam seus próprios veículos a pessoas que desejam realizar viagens urbanas” devem ser consideradas como “inerentemente ligada a um serviço de transporte”. A decisão deverá prejudicar os planos da Uber de expandir seus negócios.

A Uber insiste que a decisão não afeta a maneira como a empresa opera. “Esta decisão não mudará as coisas na maior parte dos países da União Europeia nos quais já operamos de acordo com a lei de transportes”, disse um porta-voz da Uber em um comunicado compartilhado com o Gizmodo e outros veículos. “No entanto, milhões de europeus ainda estão impedidos de utilizar aplicativos como o nosso. Como nosso novo CEO disse, é apropriado regulamentar serviços como o Uber e por isso continuaremos dialogando com as cidades ao redor da Europa. Essa é iniciativa que vamos tomar para assegurar que todos possam ter uma viagem segura ao toque de um botão”.

Embora a Uber pareça não ter ligado muito para a decisão, é provável que ela afete futuras operações e manobras políticas dentro da União Europeia. O parecer da ECJ também afetará outras empresas que realizam alegação similares de serem apenas um serviço intermediário e não um participante ativo na indústria na qual trabalham.

E é apenas mais uma má notícia que finaliza o péssimo ano que o Uber teve ao redor do mundo. Além da série de revelações sobre as péssimas ações depois de uma grande violação na base de dados de usuários, da má gestão sistêmica e da cultura corporativa tóxica, a Uber foi banida em Londres em setembro passado por “falta de responsabilidade corporativa“.

[BBC]

Imagem do topo: Getty

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