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Operadoras querem limitar o consumo de dados em internet fixa, e os usuários começaram a reagir

Ao que tudo indica, a partir do fim do ano nossa internet não será mais ilimitada - é uma notícia terrível, e os usuários já começaram a se mexer contra isso.

Aquele papo de que as operadoras vão começar a limitar a franquia de dados de planos de internet fixa já não é mais apenas um papo e se prepara para virar realidade. Obviamente, consumidores já estão extremamente insatisfeitos com isso.

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Nossa internet, no geral, já não é lá grande coisa, e a relação entre os brasileiros e as operadoras também não é das melhores, segundo estudo da Anatel. Agora que operadoras começaram a limitar a franquia de dados de novos consumidores, a tendência é que tudo piore.

Já falamos sobre isso. Atualmente, não há limites (na prática) para o quanto você consome em um mês de internet. Você pode assistir a filmes na Netflix sem nenhuma preocupação, assim como passar o dia ouvindo música via streaming, ou então ostentar uma maravilhosa coleção de jogos digitais com títulos que superam os 40GB.

No entanto, Vivo, GVT, Oi e NET vão começar a limitar esse consumo – você terá uma quantia mensal para ser usada, e, ao atingir esse limite, sua conexão pode ser cortada ou a velocidade reduzida drasticamente.

De acordo com a Folha, um filme na Netflix consome cerca de 1 GB por hora de dados em SD e 3 GB por hora em HD. Os planos da Vivo oferecem entre 10GB e 130GB por mês de consumo – o plano com franquia menor rende até 10 horas de Netflix por mês.

Agora considere que uma pessoa não usa apenas Netflix durante um mês – atualmente, é bem comum que ouça música via streaming, que perca um tempo vendo vídeos no YouTube, e que compre e baixe versões digitais de jogos. É impossível que, com um uso desses, uma pessoa gaste menos do que 130GB de dados em um mês. E esse é o usuário de internet do futuro – não apenas quem acessa apenas email e Facebook (rede social que investe cada vez mais em vídeos).

Ainda assim, as operadoras devem colocar isso em prática a partir de dezembro, desconfia o Ministério Público do Distrito Federal. Os usuários já começaram a reagir.

Uma página no Facebook chamada Movimento Internet sem Limites tem mais de 180.000 curtidas e faz postagens de conscientização do público sobre o que pode acontecer caso de fato nossa internet seja limitada a partir do fim do ano.

Outra iniciativa veio na forma de uma petição online no Avaaz – sendo sincero, não lembro de uma dessas ações ter dado algum resultado prático, mas talvez valha a pena pelo menos deixar marcado que você está insatisfeito. Bem, de qualquer forma, já são mais de 350.000 assinaturas pedindo para as operadoras ao menos realizarem uma discussão antes de impor tal mudança – a ideia é chegar a 600.000 assinaturas.

As operadoras podem fazer isso?

Infelizmente, sim. Rafael Zanatta, pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor disse à Folha que a Anatel já tem uma regulamentação para a questão do limite da franquia de dados – o problema é como isso está sendo feito.

“O que nos assustou, e levamos isso para o Ministério da Justiça, é que as reduções são gritantes e feitas de forma sequenciada pelos principais players do mercado”, explicou, dizendo também que o Idec pretende entrar com uma ação na Justiça contra o limite de franquia de dados em internet física.

Considerando que a Anatel já se mostrou a favor da prática (dizendo que ela pode ser benéfica), parece que não há muito o que fazer além de mostrar para as operadoras o descontentamento com a medida, e torcer para que de alguma forma elas mudem de ideia ou achem alguma outra solução

Ou, ao menos, ofereçam uma franquia próxima da realidade – de forma que ninguém precise mudar muito a rotina na internet para se adequar aos limites impostos pelos planos mensais.

[Folha, Época]

 

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