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Vacina da Pfizer salta de 54% para 90% de eficácia na segunda dose

Estudo realizado no Qatar mostra que a vacina da Pfizer pode oferecer uma proteção contra a cepa da África do Sul após a segunda dose.

Crédito: Justin Tallis (AP)

Uma das principais preocupações em vacinar toda a população o quanto antes é, além de evitar mortes, impedir que novas variantes surjam e ameacem a eficácia dos imunizantes. Agora, um estudo realizado no Qatar mostra que a vacina da Pfizer pode oferecer uma proteção contra a cepa da África do Sul após a segunda dose.

Publicada em forma de carta na revista New England Journal of Medicine, a pesquisa revelou que a vacina desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech é 54% eficaz em prevenir casos graves de Covid-19 após uma dose. Com a aplicação da segunda dose após o intervalo de 21 dias, essa taxa subiu para 90%.

A boa notícia é que essa proteção reforçada parece funcionar até mesmo contra a variante B.1.351, encontrada na África do Sul. Com apenas uma dose, a eficácia contra diferentes gravidades da doença causada por essa cepa foi de 16,9%. Já com a segunda dose, foi observada uma eficácia de 75%.

O estudo é importante porque traz dados do mundo real. A própria Pfizer já havia conduzido experimentos em laboratório que mostraram que os anticorpos produzidos pela vacina não funcionavam muito bem contra a simulação de um vírus similar à B.1.351. As evidências do Qatar agora trazem uma visão mais otimista.

Em Israel, a mesma vacina da Pfizer também se mostrou promissora contra a variante B.1.1.7, descoberta no Reino Unido. No caso, a primeira dose apresentou eficácia de 29,7% contra casos da doença com diferentes níveis de gravidade. Ao aplicar a segunda dose depois de duas semanas, o número subiu para 89,5%.

Esses dados reforçam a importância de tomar as duas doses da vacina. De acordo com o estudo do Qatar, dentre as 385 mil pessoas que receberam apenas uma injeção, 6 mil foram diagnosticadas com Covid-19 e cinco morreram devido à doença. Em comparação, cerca de 1 mil pessoas entre as 265 mil que receberam duas doses foram infectadas e duas morreram. Segundo os autores, “quase todos” os casos correspondiam às variantes B.1.1.7 ou B.1.351.

Apesar de apresentarem a taxa de eficácia observada após a primeira injeção, os pesquisadores não informaram o intervalo entre a aplicação da primeira dose e as análises para o estudo. Além disso, ainda não está claro por quanto tempo uma única dose é capaz de oferecer proteção contra o vírus. Isso se torna ainda menos claro quando se trata das variantes.

Por enquanto, o que temos são dados de alguns poucos países relatando o que foi observado em pacientes. No Reino Unido, por exemplo, onde a variante B.1.1.7 predomina, uma única dose da vacina da Pfizer conseguiu reduzir os casos sintomáticos de Covid-19 em 72%, de acordo com uma pesquisa. Ao medir os níveis de anticorpos, o estudo estimou que essa proteção pode durar no mínimo 10 semanas.

Já um estudo da Escócia, publicado na Lancet, revelou que a primeira dose da Pfizer apresentou uma eficácia de 91% contra hospitalizações após 28 a 34 dias desde a vacinação. No entanto, essa taxa começou a cair após cinco semanas.

[Business Insider]

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