Ciência

Vai um docinho aí? Cientistas desvendam nosso desejo por sobremesa

Desejo por doce após almoço tem ligação com o cérebro e pode vir da evolução humana, explicam cientistas em estudo

Quem nunca sentiu vontade de comer um doce depois do almoço, mesmo sem fome? Em um estudo publicado na última quinta-feira (13), pesquisadores alemães descobriram que isso é uma resposta dos sistemas neurológicos do corpo. Dessa forma, os mesmos neurônios no cérebro que sinalizam a saciedade também desencadeiam o desejo por açúcar.

Para chegar à descoberta, eles conduziram um estudo em ratos, monitorando-os durante a alimentação. Após 90 minutos, perceberam que, satisfeitos, eles ignoravam as sobras. No entanto, na presença de comidas açucaradas, eles demonstravam interesse.

O resultado mostrou que os neurônios pro-opiomelanocortina, no núcleo arqueado do hipotálamo — que controlam o apetite, metabolismo e hormônios –, liberam opioides naturais que estimulam a vontade de sobremesa.

Isso porque, quando liberados, os hormônios enviam sinais para o núcleo paraventricular do tálamo, também no cérebro, parte da regulação dos comportamentos alimentares.

Cérebro é o responsável pelo desejo por doce

Os pesquisadores perceberam que a atividade neural entre o hipotálamo e o núcleo arqueado do hipotálamo quadruplicou antes da mordida no doce. Ou seja, a vontade não vem da ingestão do alimento, mas sim da antecipação dela — para qual o cérebro já se prepara devido à disponibilidade do doce.

Para testar os resultados, a equipe usou a técnica de optogenética, que liga e desliga os neurônios usando luz. Ao bloquear os sinais de pro-opiomelanocortina para o núcleo paraventricular do tálamo, os animais comeram 40% menos sobremesa. Isso prova o papel fundamental dessa via cerebral no desejo por doce.

Ainda não se sabe o porquê disso ocorrer, mas apesar dos riscos que o açúcar oferece, cientistas acreditam que a vontade dele tenha relação com a evolução humana, sugerindo um tempo em que o corpo precisava de fontes de combustível rápidas para manter a energia alta.

Teoricamente, o açúcar é mais fácil de converter em combustível do que gorduras ou proteínas, por exemplo.

Leia também no Giz Brasil: Refrigerante, bolo ou café: qual tem o açúcar mais prejudicial à saúde.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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