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Vdio, o irmão para filmes e séries do Rdio, estreia lá fora — e deve chegar em breve ao Brasil

Fazia um tempão que os mesmos criadores do Rdio vinham testando um serviço de vídeos — no caso, séries e filmes — batizado de, adivinhe… Vdio. Ele finalmente foi lançado em dois países e, embora a paternidade leve a crer em um modelo a la Netflix, na prática não é bem assim. Ah sim: o Brasil […]

Fazia um tempão que os mesmos criadores do Rdio vinham testando um serviço de vídeos — no caso, séries e filmes — batizado de, adivinhe… Vdio. Ele finalmente foi lançado em dois países e, embora a paternidade leve a crer em um modelo a la Netflix, na prática não é bem assim. Ah sim: o Brasil está nos planos.

O Vdio, apesar do nome similar ao do Rdio, tem muitas diferenças para além do conteúdo que, no lugar de música ilimitada, oferece um catálogo bem atualizado de filmes e séries — dentro da realidade do vídeo sob demanda, que no momento não é das mais animadoras. E esse é, provavelmente, o maior choque de quem o assina.

Em vez de pagar uma mensalidade para assistir o que quiser, o modelo de negócios do Vdio é mais conservador, baseado na compra e aluguel de títulos, da mesma forma que Apple e Google já fazem na iTunes Store e Google Play, respectivamente. Competir com os enormes acervos de Netflix (lá fora) e Amazon, ambas trabalhando no modelo de assinatura, seria complicado, por isso a opção por essa outra abordagem.

Para dar um gás no Vdio, assinantes do Rdio Ilimitado, o plano que no Brasil custa R$ 14,90 e dá direito a curtir as músicas em dispositivos móveis, ganham um crédito de US$ 25/£ 20 para gastar lá. Com episódios de séries vendidos por cerca de US$ 3 e filmes, a US$ 15 (aluguel por US$ 5), dá para conferir qual é a do serviço sem colocar a mão no bolso.

Quando chega ao Brasil?

Há meses estamos sondando o lançamento do Vdio. Ele já aparecia no sistema de tradução do Rdio, que é todo feito por voluntários em troca de cartões para uso gratuito do serviço de música. Boa parte das strings, os trechos de texto que compõem a interface do sistema, já estava pronta quando começamos a conversar com nossa fonte (vide imagem acima), em janeiro. Apesar do trabalho de localização estar avançado, o Vdio não estreou no Brasil de cara; a princípio ele só está disponível nos Estados Unidos e Reino Unido, com planos de expansão para o Canadá logo em seguida.

Como sabemos desse lance do Canadá? Pela assessoria de imprensa. Batemos um papo com o pessoal de lá para saber quando e se o Vdio chegará por aqui e, como era esperado, não tivemos uma resposta concreta. Mas nas entrelinhas, ficou uma sensação boa. Por email, nos disseram que os planos são expandir o serviço para todos os 23 países onde o Rdio atua, e que “vale lembrar que o Brasil é o terceiro mercado do Rdio. ;]” — com emoticon e tudo. Seremos os próximos, logo após o Canadá?

Mas e aí, é bom?

Como toda novidade, ainda existem arestas a serem aparadas no Vdio. Quem testou notou alguns problemas, como a falta de indicadores da qualidade de imagem das ofertas — o serviço se defende dizendo que sempre entrega os vídeos com a melhor qualidade possível. A disponibilidade de apps, algo extremamente importante nesse segmento, ainda é parca: existe apenas um app para iPad, sem a opção de in-app purchases. É isso ou assistir pelo navegador, mas no anúncio já foi confirmado que novas plataformas estão na mira do serviço e que conversas com fabricantes de set-top boxes estão rolando.

Há filmes bem recentes, como Lincoln, Django Livre e A Hora Mais Escura. Na hora de dar o play, a interface é bem minimalista e a qualidade, segundo o Ars Technica, boa. Falta a opção de cache offline; nem mesmo no app do iPad, onde essa solução faz muito sentido, ela existe.

O Ars notou, ainda, detalhes em relação à privacidade que podem ser um banho de água fria. O fator social, que é uma das coisas mais bacanas do Rdio, também está presente, com recomendações baseadas no que você já viu e no que seus amigos estão vendo e a presença de “Sets”, que nada mais são que playlists de filmes/séries. Diferenciais como esse são válidos, pois em relação a preço não há novidade. Mas o tiro pode sair pela culatra, já que a política de privacidade é bem draconiana.

As contas de Rdio e Vdio são interconectadas e, nessa, a integração com o Facebook, que é bastante presente no Rdio, entra no bolo. As críticas que o Netflix enfrentou com a integração com o Facebook (suficientes, inclusive, para eu não ativá-la) devem se repetir aqui. Mas o pior mesmo é que o histórico de conteúdo visualizado é permanente, não pode ser apagado jamais, o que significa que se você curte ver uns episódios de Galinha Pintadinha ou Patati Patatá de vez em quando, pense bem antes de fazê-lo no Vdio — todos os seus amigos ficarão sabendo e aquela desculpa “ah, meu filho/sobrinho curte” tem limites, né? A única opção nessa área disponível é a de fechar o perfil, situação onde, caso alguém queira segui-lo, é preciso ter o seu aval. Como no Twitter.

Mais competição é sempre bom, e mesmo limitado, o Vdio tem potencial — o Rdio melhorou bastante com o tempo. É preciso aperfeiçoar aspectos-chave, como disponibilidade em mais plataformas e, se possível, uma revisão da política de privacidade. Ficamos no aguardo da sua chegada ao Brasil. Quando? Não sabemos, mas não deve demorar. [Rdio, The Verge, Ars Technica]

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