Como registrar um dos maiores protestos em São Paulo? Usando um drone, é claro

Nesta segunda-feira, cerca de 65 mil manifestantes (segundo números do Datafolha) ocuparam as ruas de São Paulo no que foi um dos maiores protestos nos últimos anos, desencadeado pelo aumento da tarifa de ônibus, mas englobando diversos outros motivos. A Folha capturou o protesto de uma perspectiva diferente: usando um drone e uma câmera GoPro, […]

Nesta segunda-feira, cerca de 65 mil manifestantes (segundo números do Datafolha) ocuparam as ruas de São Paulo no que foi um dos maiores protestos nos últimos anos, desencadeado pelo aumento da tarifa de ônibus, mas englobando diversos outros motivos.

A Folha capturou o protesto de uma perspectiva diferente: usando um drone e uma câmera GoPro, podemos ver a passagem dos manifestantes pelo Largo do Batata, Marginal Pinheiros e Ponte Estaiada.

Avistado pelos que participavam do protesto, o drone tinha luzes de LED verdes e vermelhas para sinalizar onde estava, e em seu corpo estava escrito PRESS (imprensa) – para deixar claro que não se tratava de algo da polícia.

Pelo Instagram, João Wainer, editor da TV Folha, contou mais detalhes: mostrou a foto abaixo do drone utilizado e disse que Luís Neto, da empresa GoCam, que pilotou a nave não tripulada. No site da empresa, dá para ver que o foco deles é exatamente esse: gravações aéreas com pequenas naves — segundo eles, com “câmeras profissionais High Definition, fotos em até 18Mp e vídeos full HD 1080 a 24fps, 30fps ou 60fps”. É o bom uso do drone.

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Por meio do leitor Rafael Ritter, descobrimos que trata-se do modelo DJI Phantom, da DJI Innovations, um quadcóptero criado especificamente para o uso de câmeras GoPro. Ele consegue atingir velocidade de 10m/s, LEDs nas quatro hélices e consegue voar entre 10 a 15 minutos em cada carga de bateria (deduzimos que a Folha deve ter trocado as pilhas do aparelho a cada revoada). Nos EUA, o aparelho é vendido por cerca de US$ 700, enquanto no Brasil é encontrado em lojas especializadas por até R$2.500.

Agora, sobre os protestos: desta vez, os policiais acompanharam o protesto de longe, sem tentativa de repressão. Isso foi bem diferente do que aconteceu na quinta-feira, quando manifestantes foram atacados por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo (fora da validade).

Na maior parte do tempo, o protesto seguiu de forma pacífica. Só no final, quando manifestantes chegaram ao Palácio dos Bandeirantes – sede do governo estadual – um grupo pequeno derrubou um dos portões do local. A polícia impediu a entrada.

Este foi o maior protesto na cidade de São Paulo desde o movimento dos caras-pintadas pelo impeachment de Fernando Collor, em 1992 – eram 350 mil na época.

Os protestos de ontem aconteceram em pelo menos 11 capitais, além de outras cidades do país. Também há manifestações de apoio no exterior: por exemplo, neste domingo, cerca de 2.000 pessoas participaram de um protesto em Dublin, na Irlanda.

As manifestações continuam: o Movimento Passe Livre marcou uma nova manifestação para a tarde desta terça-feira às 17h, na praça da Sé. [YouTube via Folha; atualizado às 14h48 com mais detalhes sobre o drone utilizado. Atualizado novamente, às 16h36, com mais detalhes técnicos sobre o modelo (valeu, Rafael Ritter!).]

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