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Homem sobrevive a salto de 7.620 metros sem paraquedas

O dublê Luke Aikins caiu com sucesso de um avião a 7.620 metros de altura sem wingsuit nem paraquedas, aterrissando com segurança em uma rede de 900 m².

O paraquedismo é assustador o bastante por conta própria, mesmo levando em conta as precauções necessárias de segurança. Mas e se você tivesse que saltar sem paraquedas de um avião? No caso do dublê Luke Aikins, ele teve que treinar por dois anos antes de sequer tentar fazer isso.

No sábado, Aikins caiu com sucesso de um avião a 7.620 metros de altura com um GPS, uma câmera, um dispositivo de comunicação e uma máscara de oxigênio, que foi removida e entregue a um dos três assistentes com paraquedas a cerca de 5.500 m de altura. Sem um wingsuit (macacão com asas) nem um paraquedas, ele aterrissou com segurança poucos minutos depois em uma rede de 900 m².

A queda em si é bem surpreendente:

“Estou quase levitando – é incrível, isso que acabou de acontecer”, disse ele a repórteres depois de sair da rede, de acordo com o E! Online. “As palavras que eu quero dizer, eu não posso nem tirar da minha boca.”

Obviamente, essa façanha não é algo que você deveria tentar. Aikins foi o consultor de paraquedismo na famosa queda livre supersônica de Felix Baumgartner em 2012, e já caiu de paraquedas cerca de 18.000 vezes em sua carreira de décadas – ele tem 42 anos de idade. Além disso, Aikins treinou durante dois anos para chegar a este ponto, e só depois de resistir um pouco à ideia.

“Como qualquer pessoa normal em sã consciência, eu disse: ‘obrigado, mas não obrigado. Eu tenho uma esposa e um filho, e eu tenho uma vida para viver’ “, disse ele à revista People. “Então, duas semanas se passaram e eu ficava acordado no meio da noite pensando, ‘se alguém dissesse que você tinha que fazer isso, como isso poderia ser feito?'”

Aikins usou um GPS e quatro luzes na rede para mirar no local de pouso. A rede foi feita especificamente para desacelerar a queda enquanto ele caía sobre ela. De acordo com a National Geographic:

“A rede em si é feita de Spectra, um cabo de polietileno de alta densidade que tem o dobro da resistência do aço, mas também é completamente inelástico. Uma vez que a massa em queda livre de Aikins atingir a rede, quatro cilindros de ar comprimido – conectados à rede através de cordas e polias – desaceleram Aikins da mesma forma que você consegue pegar um ovo em sua mão, desacelerando-o suavemente ao longo de uma certa distância.”

Também houve outras precauções: como os níveis de oxigênio se tornam reduzidos com a altitude maior, Aikins usou uma máscara de oxigênio para o primeiro segmento da queda.

Além disso, como lembra a Popular Mechanics, a forma como os paraquedistas caem – braços e pernas abertos com o tórax voltado para o chão – desacelera a descida pela adição de atrito. Isso também ajuda as pessoas a manobrarem a queda.

E há um elemento central da física nesta e em outras quedas: a velocidade terminal, na qual a resistência do ar é tão intensa quanto a força da gravidade – por isso, Aikins parou de acelerar depois de um certo ponto.

De fato, desde a década de 1940, treze pessoas sobreviveram a quedas longas: por exemplo, um piloto da Segunda Guerra Mundial caiu de 6.000 m de seu avião bombardeiro B-17 e bateu em uma estação de trem – os detritos ajudaram a amortecer o impacto, e ele sobreviveu.

[National Geographic e New York Times]

Foto: Jae C. Hong/AP

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