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Vulcões não funcionam da forma como pensávamos que funcionavam

O que nos ensinaram sobre a formação das erupções vulcânicas na escola pode estar errado - um cientista elaborou uma nova teoria sobre elas.

Na escola, nos ensinaram que vulcões entram em erupção quando jatos estreitos de magma são jogados para fora a partir do centro da Terra. É uma história bem convincente que aparece em livros didáticos há décadas. Mas, aparentemente, isso está completamente errado.

A teoria que todos conhecemos diz que imensas colunas de magma – chamadas de plumas mantélicas – funcionam mais ou menos como tubos. São saídas estreitas com 3.000 km de profundidade e menos de 300 km de diâmetro, por onde sai rocha líquida vinda de uma região próxima ao núcleo da Terra.

Essa rocha líquida sobe até o manto, camada logo abaixo da crosta da Terra. Quanto a crosta sofre fraturas, o magma pode explodir para cima na forma de um vulcão.

O problema é que as colunas de magma são relativamente muito finas e estreitas, algo que a física mais não consegue explicar. “As plumas mantélicas não parecem ter base física ou lógica”, explica Don Anderson, professor de geofísica na Caltech. “São semelhantes a histórias infantis que tentam explicar o tamanho do pescoço das girafas.”

Isso pode soar duro, mas ele tem evidências para isso: apesar de cientistas garantirem que a teoria atual dos vulcões é precisa, buscas sismológicas pelas plumas – a única forma de olhar para as profundezas do planeta – não encontraram nenhum rastro delas.

Uma nova teoria

Mas Anderson tem uma nova teoria, recentemente publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences. Com base em análises da estrutura do planeta, Anderson e sua equipe descobriram que as plumas (os tubos) são muito maiores do que se achava no passado; na verdade, existem enormes blocos de manto quente subindo rumo à crosta, com milhares de quilômetros de diâmetro.

No entanto, o magma vem de regiões a até 200 km de profundidade, bem longe do centro da Terra. Quando a rocha quente chega ao topo do manto, parte dela esfria e cai. Isso, por sua vez, faz o magma subir. A Caltech explica:

Em vez de tubos estreitos, há afloramentos amplos, que são compensados por estreitos canais de material que afunda no manto, chamados de slabs. O que impulsiona esse movimento não é o calor do núcleo, e sim o resfriamento na superfície da Terra… Quando o material na crosta do planeta esfria, ele afunda, deslocando material mais profundo do manto e forçando-o para cima.

Isso explica a formação dos vulcões: quando a crosta da Terra sofre fissuras, isso pode forçar o magma abaixo dela, que assim entra em erupção. Então, basicamente, a nova teoria é meio que o contrário da antiga.

Claro, isso não faz com que erupções sejam menos perigosas quando ocorrem – mas, ao menos, significa que precisamos reescrever os livros didáticos. [PNAS via Caltech via PhysOrg]

Imagem por Pablo Hidalgo/Shutterstock

Atualizado em 11/09

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