Wall Street está dando uma brecada nas iniciativas de criptomoeda após a grande queda do bitcoin

Como é sabido, este ano não foi lá muito bom para as criptomoedas, com cerca de US$ 700 bilhões sendo dizimados do mercado, deixando um rastro de destruição entre startups do ramo. O bitcoin, a mais famosa criptomoeda, chegou a valer US$ 3.000, bem menos que o seu pico atingido em 2017, quando atingiu US$ […]
Rick Bowmer/AP

Como é sabido, este ano não foi lá muito bom para as criptomoedas, com cerca de US$ 700 bilhões sendo dizimados do mercado, deixando um rastro de destruição entre startups do ramo.

O bitcoin, a mais famosa criptomoeda, chegou a valer US$ 3.000, bem menos que o seu pico atingido em 2017, quando atingiu US$ 20 mil, e muito abaixo do seu piso de US$ 6.000. E agora, as grandes empresas de Wall Street, que diziam se preparar para entrar no mercado de criptomoedas — particularmente, o mercado futuro de bitcoin — parecem que estão colocando um breque na iniciativa após a grande queda de preço sofrida durante o ano, segundo reportagem deste domingo (23) da Bloomberg.

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Um grupo de grandes empresas, incluindo o Goldman Sachs, Morgan Stanley, Citigroup e Barclays (de Londres), atrasou os planos de lançar serviços financeiros relacionados a bitcoin, de acordo com a Bloomberg. O Goldman, que “estava entre as primeiras interessadas em criar um mercado de futuros de bitcoin”, preparava uma mesa de operações e “derivativos de bitcoin chamados NDF (non-deliverable forwards ou contrato a termo de moeda sem entrega física, em português)”. A companhia, no entanto, viu pouco interesse no produto NDF:

O banco deve ainda oferecer negociação de criptomoedas e conseguiu pouca tração com seu produto NDF, tendo registrado apenas 20 clientes, segundo pessoas familiares com o assunto. Justin Schmidt, que foi contratado para chefiar o negócio de ativos digitais, disse em uma conferência da indústria no mês passado que os reguladores estão limitando o que pode ser feito. Além disso, o Goldman planeja adicionar especialistas em ativos digitais à sua principal divisão de corretagem, disse a fonte.

As fontes disseram à Bloomberg que o Morgan Stanley “estava tecnicamente preparado para oferecer swap de monitoramento de futuros de bitcoin desde pelo menos setembro”, mas ainda não negociou um único contrato.

O Citigroup não negociou também nenhum dos seus produtos de criptomoeda “dentro das estruturas regulatórias existentes, de acordo com uma pessoa com conhecimento do ramo”, em vez de apenas realizar operações por procuração. A Barclays perdeu dois executivos que tinham sido contratados para explorar a indústria e o banco ainda disse à Bloomberg que não tem planos para lançar uma mesa de negociações de criptomoeda.

Toda essa cautela tem relação com a grande desvalorização das moedas. No entanto, outros fatores para isso incluem a falta de regulações e uma série de investigações e crimes do setor, segundo a reportagem da Bloomberg.

Como notado pela publicação norte-americana, quem verdadeiramente acredita nas criptomoedas se mantém confiante no fato de que as grandes instituições financeiras estão criando a infraestrutura para entrar neste mercado (o que poderia ajudar a resgatar o preço de grandes criptomoedas, como bitcoin). Alguns sites da indústria têm dito que a grande queda de preço é uma oportunidade que deve tirar do mercado golpistas, além de reduzir a volatilidade do preço. Diz a Bloomberg:

Mesmo após da surpreendente venda de ativos digitais em 2018 — um ano após bitcoin atingir US$ 20 mil, e que agora é negociado a US$ 4.000 — os profissionais do ramo veem sinais de que as instituições estão se preparando para voltar se precisarem.

“A história mais importante é que toda a infraestrutura que está sendo construída agora vai permitir a negociação entre instituições”, segundo Ben Sebley, que trabalhou como trazer no Credit Suisse Group AG e que agora é chefe de corretagem do NKB Group.

Mesmo após a queda ter apagado US$ 700 bilhões no valor de ativos de criptomoedas, quem acredita no ramo continua a acreditar no script…“parece que o progresso está acabando, mas nada poderia estar mais longe da verdade”, disse Eugene Ng, um ex-trader do Deutsche Bank AG em Singapura que preparou o fundo de criptomoedas Circuit Capital.

Além disso, a Nasdaq e a Bolsa de Nova York estavam de olho em mercados futuros de bitcoin em 2019, conforme anunciaram em novembro, embora eles já existam — operados pela Chicago Board Options Exchange e a Chicago Mercantile Exchange — e tenham “atingido o menor nível desde que foram introduzidos em dezembro.”

No entanto, em uma outra reportagem da Bloomberg foi pintada uma realidade que não é tão bonita.

“Baseada no indicador GTI Vera Band, o bitcoin está menor que o menor nível esperado, indicando maior potencial de perdas e sem previsão de piso”, escreveu o site.

[Bloomberg]

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