WhatsApp confirma que aplicativo foi usado para envio em massa de mensagens durante eleições de 2018

Já vimos várias notícias de que o WhatsApp é usado em todo o mundo para fazer campanhas eleitorais — muitas vezes, de forma abusiva, desrespeitando os termos de uso do aplicativo. O Brasil também está nessa lista, e, pela primeira vez, a própria empresa admitiu que seu produto foi usado no pleito de 2018 para […]
Ícones dos aplicativos Facebook, Messenger, WhatsApp e Telegram no iOS
Foto: AP

Já vimos várias notícias de que o WhatsApp é usado em todo o mundo para fazer campanhas eleitorais — muitas vezes, de forma abusiva, desrespeitando os termos de uso do aplicativo. O Brasil também está nessa lista, e, pela primeira vez, a própria empresa admitiu que seu produto foi usado no pleito de 2018 para disparos em massa de mensagens.

“Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas”, disse foi Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, em palestra realizada em Medellín, na Colômbia. Ele é um dos palestrantes do Festival Gabo, evento de jornalismo organizado pela fundação criada pelo escritor Gabriel García Márquez e que leva o seu nome.

Segundo a Folha de S.Paulo, Supple também comentou sobre como a plataforma encara os grupos públicos de conteúdo político. Eles são compartilhados por links que permitem o acesso de qualquer um. Segundo o executivo, esses grupos “são como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e normalmente divulgam conteúdo mais polêmico e problemático”.

O executivo também desencoraja a participação nesses grupos. Segundo ele, ao ser adicionado a um deles contra sua vontade, o usuário deve denunciá-lo e sair dele. Supple também lembrou que o uso do aplicativo para campanha eleitoral precisa respeitar os termos da plataforma, que proíbem automação e envio massivo.

Relembre os casos

Nas eleições de 2018, uma reportagem da Folha de S.Paulo denunciou que empresários haviam pago R$ 12 milhões pelo disparo automático de mensagens contra o PT, o que poderia configurar crime eleitoral. Dias depois, o UOL também apurou que a campanha Fernando Haddad também fez uso de ferramentas desse tipo, e que a agência contratada pelo PSL apagou registros horas depois da publicação da primeira reportagem. O WhatsApp bloqueou as empresas envolvidas dias depois da publicação da matéria da Folha.

Depois do fim do pleito, em dezembro, uma nova reportagem contou que as empresas contratadas para enviar as mensagens usaram nomes e CPFs de idosos para registrar chips usados nos disparos automáticos.

Desde então, a campanha de Haddad foi multada pelo TSE por impulsionar, no Google, um site contra seu adversário. Já a ação contra a campanha de Bolsonaro segue aguardando julgamento. O relator do processo no TSE, Jorge Mussi, negou pedido para que jornalistas da Folha testemunhassem no processo e aceitou pedido da defesa para que uma funcionária da agência contratada pelo PSL e hoje assessora da Secretaria-Geral da Presidência fosse ouvida.

[Folha]

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