Windows Phone 7 chega ao Brasil até o fim do ano – valerá a espera?

Hoje o Windows Phone ganhou uma fenomenal atualização. O sistema, que já era bem bacana, teve arestas aparadas e funcionalidades críticas adicionadas no seu release “Mango”, que chegará aos aparelhos em algum momento este ano. A Microsoft escolheu São Paulo como uma das 3 cidades do mundo para realizar o evento de lançamento da fruta tropical […]

Hoje o Windows Phone ganhou uma fenomenal atualização. O sistema, que já era bem bacana, teve arestas aparadas e funcionalidades críticas adicionadas no seu release “Mango”, que chegará aos aparelhos em algum momento este ano. A Microsoft escolheu São Paulo como uma das 3 cidades do mundo para realizar o evento de lançamento da fruta tropical e trouxe o Kevin Turner, o número dois da empresa, para dizer que “o Brasil é o País do futuro”, que somos prioridade e aquela história de sempre. Mas dessa vez, ganhamos algo mais concreto: os primeiros aparelhos com o apetitoso sistema operacional chegarão aqui “ainda este ano”.

É bastante atraso, mas é possível eleger algumas razões para ele. A mais óbvia é que a burocracia por aqui é um pouco maior que a média (como a necessária validação e homologação com Anatel e operadoras) e a concorrência também demorou para aportar por essas bandas – tanto iPhone quanto Android levaram um pouco mais de 1 ano do momento de estreia para aparecer em PT-BR. A segunda desculpa é o “tamanho do mercado”. Sim, muita gente no Brasil compra celulares, e em 2015 seremos o 5º maior mercado consumidor do mundo, mas smartphones 3G? A coisa é diferente. O que mais vende aqui são os smartphones “mid-tier”, como os Androids mais baratos ou Nokias. A Microsoft teria que reentrar no mercado com produtos necessariamente caros. Como há requisitos mínimos de hardware, não existe algo como um “Windows Phone 7 mais ou menos”, e a briga por um mercado pequeno, no topo, com iPhone e Androids megaparrudos é difícil hoje.

E, nesse sentido, o timing da Microsoft parece bom: eles chegarão aqui com um produto mais completo, com uma ótima quantidade de apps (já são 18 mil, com pelo menos 100 novos por dia), com a segunda geração de hardware e com um mercado mais amadurecido – haverá mais gente no Brasil vendo valor em telefones caros que fazem um monte de coisas. Se a Nokia conseguir não demorar muito e chegar junto, a Microsoft pode ainda pegar um pedaço dos fãs da marca que ainda não abandonaram o barco em favor de Android ou iPhone. Como falamos em relação a tablets, é melhor esperar e entrar bem no mercado do que entregar uma experiência mais ou menos e se queimar.

E o que podemos esperar dos Windows Phone 7 brasileiro no fim do ano? Em termos de hardware, não dá para saber – mas como o Mango funciona bem nos aparelhos lançado ano passado, não imaginamos nada muito revolucionário. Nenhum fabricante preferencial ou operadora foi revelado hoje, mas Samsung e LG devem participar. Em termos de funcionalidades, é importante a Microsoft investir esse tempo de “atraso” para uma localização bem feita. E o desafio é grande.

O Bing nos EUA é fenomenal, com uma integração de lugares, por exemplo, melhor até que o Google. Mas por aqui a base de dados ainda é escassa. Uma saída possível apontada por pessoas da Microsoft com quem conversei será se associar com parceiros como, digamos, o qype ou apontador, para abastecer os pontos de interesse com estrelinhas de reviews. Outro ponto importante: Zune. O player que não vingou virou um ótimo mercado para música, com um sistema de assinaturas que permite baixar quantas MP3 quiser. No primeiro momento, ele não estará aqui, mas o time da Microsoft está procurando parceiros locais – como o Terra Sonora – para providenciar uma experiência multimídia um pouco mais interessante e integrada – inexistentes no Android e iPhone. E, quando a Nokia entrar no barco, há toda a Ovi Música e contratos já firmados para benefício do Windows Phone 7.

É claro que para dar certo, a Microsoft precisará contar com o envolvimento de desenvolvedores locais. E por isso ela aproveitou para anunciar a criação de um centro de pesquisa de software. Na coletiva de hoje, a Microsoft fez questão de trazer alguns desenvolvedores locais para mostrar o bom trabalho – aliás, já há alguns bons brasileiros se dando bem lá fora, como o time que fez o thumba, um dos mais vendidos apps de fotografia do mundo. O marketplace do Windows Phone 7 será regionalizado como o iTunes (e não universal como o do Android), mas o pessoal da Microsoft garantiu que não haverá empecilhos para o lançamento de jogos aqui, ótima notícia.

Vamos acompanhar de perto os próximos passos do Windows Phone 7. Aqui no Giz estamos bem interessados. E vocês?

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