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Noruega inaugura cofre para proteger os dados mais importantes da humanidade

Até agora, México e Brasil foram os únicos países a enviar dados para o projeto.

O “Cofre Apocalíptico” da Noruega está expandindo. Conhecido oficialmente como World Arctic Archive (Arquivo Ártico Mundial, em tradução livre), o cofre abriu nesta semana e já recebeu documentos de dois países: Brasil e México. Desta vez, em vez de armazenar sementes que sobreviveriam ao apocalipse, o depósito está arquivando dados importantes, utilizando um filme especialmente desenvolvido para esse fim.

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Localizado a cerca de mil quilômetros do Polo Norte em Svalbard, na Noruega, o World Arctic Archive foi construído na “Mina 3”, uma mina de carvão abandonada perto da Global Seed Vault (Silo Global de Sementes). Países estão sendo convidados a enviar dados que são importantes para suas culturas.

Uma empresa norueguesa chamada Piql é a responsável pela conversão de dados digitais em um filme analógico fotossensitivo de diversas camadas. A companhia afirma que o filme deve durar entre 500 a mil anos. Katrine Loen Thomsen, da Piql, conta ao jornal norueguês NRK que o processo é parecido com a transformação de dados em “grandes códigos QR em filme”.

De acordo com os documentos da Piql, um país pode enviar um teste, com imagens ou conteúdo audiovisual aos servidores da empresa. Os dados então são transferidos para o filme especial que foi projetado para resistir ao desgaste. Então ele é colocado numa caixa segura e armazenado num cofre fortificado. Enquanto a internet e os servidores estiverem funcionando, os dados permanecem pesquisáveis online. A partir de um pedido, ele pode ser entregue digitalmente ou enviado num formato físico da escolha do usuário.

O armazenamento analógico geralmente é considerado mais resistente do que o digital. Nenhum codec especial, atualização ou sistema operacional seriam necessários para decifrar a informação no caso de alguma grande catástrofe no planeta.

Mas, mesmo a curto prazo, essa solução poderia ser útil para armazenar dados preciosos para um governo e que precisam ser guardados de maneira super segura. Em 2015, a primeira retirada de sementes foi realizada no Silo Global de Sementes. Amostras de trigo, cevada e gramínea foram enviadas para substituir sementes no banco genético de Aleppo, que foi danificado pela guerra civil da Síria. Não é inconcebível que um governo tenha que substituir alguma informação perdida no futuro próximo.

Até agora, México e Brasil foram os únicos países a enviar dados para o projeto. Autoridades da Piql disseram à Live Science que o Brasil enviou documentos históricos como a Constituição Federal, e o México enviou documentos importantes da era Inca.

Se o apocalipse vier, as inteligências artificiais poderão ter algum acesso aos aspectos mais importantes que a cultura humana deixou para trás.

[Digital Journal, Live Science]

Imagem do topo: AP

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