Wuhan vai testar seus 11 milhões de habitantes após surto de Covid-19 em sete pessoas

Este é o primeiro surto de Covid-19 em Wuhan, China, em mais de um ano. Cidade foi o centro de origem do novo coronavírus.
Imagem: Getty Images

Pelo menos sete novos casos de Covid-19 foram detectados nos últimos dois dias em Wuhan, na China, levando as autoridades municipais a declarar que todos na cidade serão testados para o coronavírus. Novamente.

Os novos casos demonstram o primeiro surto da doença no local desde maio de 2020, quando todos os 11 milhões de pessoas na cidade foram testados em menos de duas semanas. Wuhan, região onde a pandemia começou no final de 2019, sofreu um lockdown estrito de 76 dias no início de 2020. Mas novas medidas permitiram aos residentes retomar a vida normal.

Para o controle de casos, a China realiza testes PCR-RT em de todos de uma determinada região e, em seguida, os organiza em grandes lotes para economizar tempo e dinheiro de suprimentos. Quando um resultado positivo retorna de um lote grande, os profissionais de saúde podem trabalhar de trás para frente e testar novamente cada um a fim de identificar quem está realmente infectado.

O monitoramento mais recente foi realizado na semana passada em Nanjing, onde 8,7 milhões dos 9,3 milhões de pessoas da cidade foram testados, de acordo com o CTGN. Quarenta e nove pessoas apresentaram resultado positivo e entraram em quarentena. Já a região de Dongguan também foi testada em junho, após alguns casos terem sido detectados lá. Os rastreadores foram capazes de detectar 86 contatos próximos — que entraram em quarentena — suprimindo efetivamente a propagação do vírus.

Houve apenas 61 novos casos de contágio local identificados na segunda-feira em toda a China, que inclui 1,4 bilhão de pessoas. A grande maioria deles, 45, foi encontrada na província de Jiangsu, de acordo com a mídia estatal chinesa Xinhua. Também houve 29 novos casos de outros países, embora as pessoas que entram no país sejam obrigadas a ficar em quarentena antes de terem qualquer liberdade de movimento.

A China adotou uma abordagem de tolerância zero ao Covid-19, decretando severos bloqueios e testes em massa para erradicar a doença no país sempre que ela surge. E o que quer que você pense sobre as implicações das liberdades civis, o método funcionou. Dito isso, o país tem lutado nos últimos meses para conter as infecções, à medida que a variante Delta se torna dominante em todo o mundo. Isso porque ela tem cerca de mil vezes a carga viral do vírus original, o que significa que ela se espalha pela população com muito mais facilidade.

A variante Delta é altamente infecciosa, mas as vacinas que foram desenvolvidas ainda funcionam bem contra o vírus. As chamadas “infecções emergentes” entre as pessoas vacinadas podem surgir, como aparentemente aconteceu com a senadora norte-americana Lindsey Graham, nos Estados Unidos, ou com João Doria, governador de São Paulo, mas o imunizante ainda é necessário para a proteção contra a morte e a necessidade de hospitalização.

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É preciso lembrar que mais de 99% das mortes por Covid-19 nos Estados Unidos durante os últimos meses ocorreram entre pessoas não vacinadas. A Itália relatou números idênticos, com as principais autoridades de saúde do país dizendo aos repórteres que 99% das mortes no país desde fevereiro foram entre os não vacinados.

Os esforços de vacinação da China têm sido relativamente lentos — os imunizados totalmente são apenas 223 milhões de pessoas. Isso é uma pequena fração da população da China, que consta em 1,4 bilhão de habitantes. E com apenas 14% da população elegível do mundo vacinada, a humanidade claramente tem um longo caminho a percorrer antes de declarar o fim desta pandemia.

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