YouTubers populares não são penalizados mesmo depois de violarem regras, dizem moderadores

Criadores de conteúdo possuem muitas reclamações sobre o YouTube, mas uma delas é bastante frequente: como a plataforma parece dar às contas mais famosas mais leniência quando se trata de moderação. A reclamação procede, como quase uma dúzia de moderadoras do YouTube entrevistados pelo Washington Post relataram. Esses moderadores, que falaram com o jornal de […]
Logo do YouTube em uma TV
Getty

Criadores de conteúdo possuem muitas reclamações sobre o YouTube, mas uma delas é bastante frequente: como a plataforma parece dar às contas mais famosas mais leniência quando se trata de moderação. A reclamação procede, como quase uma dúzia de moderadoras do YouTube entrevistados pelo Washington Post relataram.

Esses moderadores, que falaram com o jornal de forma anônima, descreveram um local de trabalho tumultuado onde supervisores muitas vezes anulavam as tentativas de sinalizar conteúdos impróprios quando os vídeos envolviam estrelas proeminentes do YouTube – aqueles que aparecem nas manchetes pelas razões erradas, como Logan Paul, Felix “PewDiePie” Kjellberg e Steven Crowder.

São pessoas que são, em parte, responsáveis por trazer quase dois bilhões de espectadores para o YouTube a cada mês.

Vídeos que não cumprem com as diretrizes de comunidade do YouTube podem ser deletados ou terem seus anúncios publicitários retirados, o que retira a possibilidade de monetização dos criadores. Essa consequência também afeta o próprio YouTube, uma vez que a companhia perde uma porção desses lucros.

Basicamente, a companhia tem um incentivo financeiro para proteger criadores e vídeos com grandes audiências, independente do conteúdo veiculado.

Ao contrário de moderadores que trabalham no Facebook e Twitter, os funcionários do YouTube são capazes apenas de reportar um vídeo que não siga as diretrizes; eles não possuem autoridade para deletá-los.

Os moderadoras também disseram que o critério para sinalização de vídeos flutua com frequência e muitas vezes respondia exclusivamente a preocupações que poderiam afetar as estratégias de marketing e imagem dos anunciantes.

“A nossa responsabilidade nunca esteve relacionada com os criadores ou com os usuários, mas sempre com os anunciantes”, disse um ex-moderador ao Washington Post.

Esse cenário pode explicar como YouTubers como Paul Logan, que atualmente possui 20 milhões de inscritos, pode publicar um vídeo dando choques em ratos e sofrer apenas uma suspensão de anúncios publicitários por duas semanas em seus conteúdos. Nem mesmo filmar pessoas mortas foi o suficiente para que ele fosse expulso da plataforma.

O YouTube já reconheceu que a plataforma tem dois pesos e medidas, uma para a comunidade geral e outra para criadores cujos vídeos se beneficiam de publicidade. Mas os executivos da empresa afirmam que a plataforma de padrões mais rígidos para os vídeos monetizados, o que é exatamente oposto ao que os moderadores descreveram ao Washington Post.

O Gizmodo entrou em contato com o YouTube para comentários e não recebeu uma resposta imediata.

Criadores de conteúdo pedem por mais transparência em relação às diretrizes do YouTube e a prática de retirada de anúncios há anos. As descobertas da reportagem do Washington Post apenas reforçam o argumento que essas pessoas vêm fazendo há muito tempo.

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