Ypy, nova linha de tablets da Positivo, mistura Android 2.3 e tela de 4:3

Lembra do papo que a Apple estaria abrindo uma fábrica no Brasil por causa de uma iminente disputa com a Positivo? É, nós sabemos que aquilo era exagero, mas muito exagero. A empresa anuncia hoje seus primeiros tablets, tentando fazer algo de diferente num mundo homogêneo dos tablets concorrentes do iPad (proporção de 4:3!), mas […]

Lembra do papo que a Apple estaria abrindo uma fábrica no Brasil por causa de uma iminente disputa com a Positivo? É, nós sabemos que aquilo era exagero, mas muito exagero. A empresa anuncia hoje seus primeiros tablets, tentando fazer algo de diferente num mundo homogêneo dos tablets concorrentes do iPad (proporção de 4:3!), mas cometendo erros antigos (Android 2.3?!). Conheça o Ypy 7, de 7 polegadas (e preço sugerido de R$999) e o Ypy 10, de 9,7 polegadas (ainda um mistério na parte de preço).

O Ypy 7 (vem do tupi-guarani “primeiro”, mas parece mesmo nome de brinquedo da Mattel) é o primeiro da fila e chega ao mercado no meio de outubro. Ele tem sete polegadas, roda Android em sua versão 2.3 (apesar de a versão 3.2 do Honeycomb já ter sido otimizada para telas menores) e pesa 420 gramas (40g a mais do que seu concorrente mais direto, o Galaxy Tab 7). Ele tem 11,8mm de espessura e tem proporção de tela de 4:3 polegadas. Segundo a Positivo, são os primeiros tablets com Android e proporção igual ao do iPad — que, apesar de ser pior para exibição de vídeos, é ideal para leitura e adaptação de revistas, livros e apps.

O Ypy 7 com Wi-Fi chega ao mercado por R$999, e há muita comemoração pelo fato de ele custar menos de mil reais. Mas não compare o preço do Ypy com o preço do iPad, ou mesmo do Xoom — compare com o preço do Galaxy Tab 7 só com Wi-Fi que, atualmente, é vendido pelo preço sugerido de R$999, ou o mesmo valor do Ypy. E como a Positivo apenas monta, e não fabrica as peças no Brasil, o valor do aparelho pode subir caso o dólar continue sua escalada e ultrapasse o valor de R$1,80.

A discussão sobre a presença do Android 2.3 pode ser mais complexa do que parece: a Positivo até agora não divulgou os detalhes de hardware do aparelho — processador e memória RAM, para ser mais específico. E nós sabemos que o Honeycomb é um sistema operacional pesado que requer muito esforço de tablets com processador de dois núcleos. Ou seja: para se ter um tablet barato com Android, é preciso economizar nos custos de produção. É possível usar, como exemplo, a Samsung: o Galaxy Tab 7, com Android para celulares, custa R$999 no modelo Wi-Fi, enquanto o Galaxy Tab 8.9, com Honeycomb, custa R$1.799 em um plano pré-pago da Claro. Assim, para produzir um aparelho que rode de forma decente em um hardware mais básico e que não custe os olhos da cara, o Android 2.3 é a solução.

E aqui cabe o questionamento: eliminando a parte estética e o sistema multitarefa mais bem resolvido, o que o Honeycomb faz que o Gingerbread não pode fazer? Em uma tela de 7 polegadas, o segundo também funciona muito bem como leitor de livros, navega na internet sem muitas dificuldades e até roda os apps específicos para tablets. O que nos faz pensar que, apesar de o Android 2.3 surgir como solução, o problema maior está no Honeycomb, que ainda encontra dificuldades de tração tanto dos usuários quanto dos desenvolvedores de aplicativos. Mas essa é uma discussão longa que podemos ter em breve, caros leitores.

Interface do Ipy modificada pela Positivo: teclado com cedilha e .com.br e sistema completamente traduzido

Já o Ypy 10, com 9,7 polegadas, não tem previsão exata de lançamento — sabe-se apenas que ele chega até o Natal — nem preço definido — que, até lá, pode mudar muito com o dólar. Ele pesa 700 gramas (pouco menos que o Xoom, pouco mais que o iPad 2), roda Android 3.2 e também tem tela em formato 4:3, além de uma moldura bem espessa. Assim como outras fabricantes, a Positivo também criou sua própria loja de apps, a “Mundo Positivo” que, segundo a empresa, já terá 300 apps em seu lançamento. Há também o Conecta, uma espécie de iTunes desenvolvido pela empresa para gerenciar dados do aparelho no computador. E aí? Você dá uma chance ao Positivo no meio de um mar de concorrentes?

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

Positivo Ypy 7
• Tela: 7 polegadas (4:3, resolução de 1024 x 768 pixels)
• Sistema operacional: Android 2.3.4
• Peso: 420 gramas
• Espessura: 11,8 mm
• Bateria: autonomia de até 9 horas
• Câmeras: frontal
• Memória de armazenamento: 10 GB (expansível por cartão SD)
• Memória e processador: não divulgados
• Preço: a partir de 999 reais (Wi-Fi)
• Conectividade: USB, miniHDMI, expansão por cartão SD
• 3G: opcional

Positivo Ypy 10
• Tela: 9,7 polegadas (4:3, resolução de 1024 x 768 pixels)
• Sistema operacional: Android 3.2 Honeycomb
• Peso: 700 gramas
• Espessura: 11,8 mm
• Bateria: autonomia de até 8 horas
• Câmeras: frontal e traseira
• Memória de armazenamento: 20 GB (expansível por cartão SD)
• Memória e processador: não divulgados
• Preço: não divulgado
• Conectividade: USB, miniHDMI, expansão por cartão SD, GPS
• 3G: opcional

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