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ARM corta relações com Huawei e desenvolvimento de chips Kirin fica ameaçado

A ARM, empresa que projeta a arquitetura de chips homônima, suspendeu os seus negócios com a Huawei. O corte de relações afetará o desenvolvimento dos processadores Kirin, presentes nos smartphones da marca chinesa. A notícia foi antecipada pela BBC, que disse que funcionários da ARM foram instruídos a suspender “todos os contratos ativos, direitos de […]

A ARM, empresa que projeta a arquitetura de chips homônima, suspendeu os seus negócios com a Huawei. O corte de relações afetará o desenvolvimento dos processadores Kirin, presentes nos smartphones da marca chinesa.

A notícia foi antecipada pela BBC, que disse que funcionários da ARM foram instruídos a suspender “todos os contratos ativos, direitos de suporte e quaisquer comprometimentos pendentes” devido às restrições impostas pelos Estados Unidos.

Em um comunicado enviado ao Verge, a ARM disse que “está cumprindo com as últimas regulamentações definidas pelo governo dos EUA”.

Na semana passada, o presidente Donald Trump definiu que companhias americanas precisam da aprovação dos EUA para fazerem negócios com a Huawei, considerada “um risco à segurança nacional”.

Acontece que a ARM não é uma empresa americana – a companhia é baseada no Reino Unido e pertence ao grupo japonês SoftBank. Porém, o comunicado repassado internamente diz que o projeto dos chips da companhia incluem “tecnologias de origem americana”.

A ARM desenvolve alguns processadores em Austin, no Texas e em San Jose, na Califórnia. Dito isso, a companhia cai nas restrições impostas pelo governo dos EUA.

Os chips Kirin, presentes em smartphones como o Huawei P30 Pro, utilizam a arquitetura ARM. A companhia chinesa licencia a tecnologia e, sem essa autorização, não poderá continuar fabricando seus chips SoC (System on a Chip)

Vamos pegar por exemplo o chip Kirin 980, presente em aparelhos topo de linha da Huawei. A CPU dele é Cortex A76, da ARM, e a GPU usa núcleos Mali G76, também da ARM.

Se a Huawei quiser fazer seu próprio chip, a empresa precisará mudar para uma arquitetura completamente diferente, e isso não é nada fácil. Sem contar que a empresa chinesa também não poderá comprar itens da Qualcomm.

“Valorizamos nossa relação próxima com nossos parceiros, mas reconhecemos a pressão que algumas delas estão passando, como resultado de decisões motivadas por razões políticas. Estamos confiantes de que essa situação lamentável pode ser resolvida e nossa prioridade permanece sendo continuar a entregas tecnologia de ponta e produtos para os nossos consumidores ao redor do mundo”, disse a Huawei em comunicado ao Verge.

Este é só mais um capítulo na novela entre Huawei e Estados Unidos – que parece longe de acabar. Diversas empresas americanas já anunciaram o corte de relações com a Huawei, entre elas Google, Intel, Qualcomm, Broadcom, Western Digital, entre outras.

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