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Como o Facebook tornou os dispositivos Oculus dependentes de uma conta na rede social

Facebook tem focado cada vez mais em jogos ao integrar perfis na rede social a dispositivos Oculus e com lançamento do Facebook Gaming.

Foto: Sam Rutherford

Quando o Facebook comprou a Oculus em 2014 — dois anos antes de o Oculus Rift ser lançado — não estava exatamente claro quais eram os planos da gigante de mídias sociais para a incipiente empresa de realidade virtual.

Alguns acharam que foi uma jogada sensata para a Oculus, porque os bolsos recheados do Facebook poderiam ser cruciais para financiar o desenvolvimento da tecnologia de realidade virtual e quase certamente aumentariam seu alcance. Outros temiam o que o CEO Mark Zuckerberg e companhia fariam quando o Facebook botasse seus tentáculos ao redor da Oculus.

Headsets como o novo Oculus Quest 2 parecem um grande passo em frente para a realidade virtual, mas, infelizmente, parece que alguns dos maiores medos em relação à entrada do Facebook no campo de VR e jogos estão começando a se tornar realidade.

Deixando de lado a popularidade inicial de jogos de terceiros como Farmville, que foram construídos em cima da plataforma do Facebook, a aquisição da Oculus pelo Facebook posicionou a empresa na vanguarda de uma nova categoria. Seis anos depois, são poucos os seus rivais relevantes no campo de realidade virtual, como HTC e Valve.

No entanto, o Facebook se integrou cada vez mais às operações da Oculus, e duas mudanças recentes em suas políticas destacaram as maneiras pelas quais a gigante das redes sociais mudará a empresa de realidade virtual. E os céticos estavam certos.

A primeira mudança ocorreu em agosto, quando o Facebook determinou que todos os usuários do Oculus que estivessem se conectando pela primeira vez deveriam entrar em seus dispositivos usando uma conta do Facebook. A partir de 2023, todos os dispositivos Oculus exigirão uma conta da rede social para login, o que significa que qualquer usuário existente que optar por não mesclar suas contas da Oculus e do Facebook será efetivamente impedido de usar seus próprios aparelhos.

O Facebook afirma que essa mudança deve tornar mais fácil para as pessoas entrarem no Oculus, descobrirem novos jogos ou se conectarem com os amigos — e, para muitos, isso pode muito bem ser verdade. Mas, ao mesmo tempo, a mudança também está derrubando as barreiras entre as duas empresas (e potencialmente quebrando certos aplicativos e jogos durante o processo).

De qualquer forma, a mensagem é clara: Facebook é Oculus e Oculus é Facebook, goste você ou não.

Para as pessoas que mergulharam na realidade virtual e adquiriram dispositivos Oculus porque sentiram que esses headsets eram o futuro dos jogos, essa mudança parece uma traição.

Muitos apontam para postagens antigas do fundador da Oculus, Palmer Luckey, que dizia que as pessoas não precisariam fazer login em suas contas do Facebook para usar o Oculus Rift. (Embora, tecnicamente, Luckey fez referência apenas ao Oculus Rift original, que já foi aposentado, e não todos os dispositivos Oculus futuros.)

E como o Facebook já havia introduzido uma série de recursos sociais e técnicas de coleta de dados que estavam vinculados ao uso de uma conta da rede, muitos sentem que as políticas de mídia social do Facebook estão invadindo o Oculus VR.

Então, na semana passada, o site Upload VR descobriu que se alguém excluir sua conta do Facebook, suas compras de aplicativos Oculus e conquistas também serão excluídas. Portanto, se você destruir sua conta da rede social, diga adeus a todos os seus jogos Oculus também. Ai.

Anteriormente, os usuários do headset ficavam satisfeitos (ou pelo menos toleravam) com o Facebook, desde que as duas entidades operassem de forma independente. Mas esta nova revelação faz com que o esforço para mesclar as contas das duas empresas pareça muito mais insidioso, e depois de anos de esquecimento, o medo de muitos jogadores de a gigante das redes sociais invadir seu espaço de entretenimento está finalmente acontecendo.

O Facebook está procurando expandir seu conteúdo com uma nova funcionalidade de jogos baseada em nuvem incorporada à aba Facebook Gaming, então esta definitivamente não é a última vez que os jogadores terão que levar em consideração as políticas da empresa antes de decidir se querem entrar.

O Facebook afirma que coleta atualmente apenas dados como o tipo de jogo que você compra, sem pegar dados biométricos coletados pelos sensores do aparelho (como sua altura, tamanho da sala ou qualquer coisa vista por câmeras externas de rastreamento), isso pode nem sempre ser o caso.

Então, onde isso nos deixa? Bem, isso depende de como você se sente em relação ao Facebook. Para qualquer pessoa preocupada com a privacidade digital, o aumento da pressão da empresa para a coleta de dados em suas várias plataformas pode afastar os jogadores que poderiam estar interessados ​​em novos jogos ou dispositivos Oculus VR.

Mas uma coisa é certa: fingir que Facebook e Oculus não são uma única coisa simplesmente é impossível.

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