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O plano do Google de incluir um bloqueador de anúncios no Chrome pode ter um impacto positivo

O Google pode incluir um bloqueador de anúncios ativado por padrão no Chrome. Mas as intenções da empresa nessa iniciativa ainda é nebulosa

Não é só para você, os anúncios online realmente estão piorando. Vídeos que começam a tocar sozinho se tornaram um padrão, os pop-ups estão voltando de uma maneira escandalosa e aqueles anúncios em linha que induzem ao clique estão por aí o tempo todo. E de acordo com o Wall Street Journal, o Google está atento a tudo isso e está planejando adicionar um bloqueador de anúncios no Chrome. Se o plano for executado corretamente, ele pode forçar os sites a oferecer uma experiência melhor para o usuário. Mas é um grande “se”.

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O Wall Street Journal indica que fontes familiares com os planos do Google afirmam que tanto a versão para smartphones quanto a versão para computadores terá em breve um sistema de ad-block ligado por padrão. Mas ele não filtraria todos os anúncios, apenas aqueles que não cumprem com as diretrizes da Coalition for Better Ads (Aliança por melhores anúncios, em tradução livre). Por exemplo, vídeos publicitários com reprodução automática com som e banners enormes não seriam exibidos. A companhia supostamente estaria decidindo ainda se irá bloquear anúncios individuais ou todas as publicidades dentro de sites que não cumprirem o “limiar de aceitabilidade do consumidor”.

Mas por que uma empresa que gera bilhões a partir de anúncios publicitários adicionaria uma funcionalidade no seu produto gratuito que iria bloquear esse tipo de conteúdo? Em termos práticos, o Google não quer que as pessoas continuem baixando bloqueadores de publicidade sobre os quais não possui nenhum controle. A empresa tem acompanhado os relatórios que mostram 26% dos usuários desktop possuem algum tipo de software para esconder publicidades e não é interessante para ela que esse número aumente.

A empresa de análise online StatCounter afirma que o Chrome detém pouco mais de 52% do mercado de navegadores. Seu competidor mais próximo é o Safari, com 14%. E o restante está lutando com números baixos. Se o Google decidir que seu browser irá permitir apenas anúncios publicitários que cumpram padrões pré-definidos, qualquer site que quer sobreviver irá atender às regras.

Outra coisa que o Google não curte é que serviços como o Adblock Plus oferecem programas que permitem empresas pagarem para entrar numa lista de “Anúncios Aceitáveis”. A própria Google paga para a empresa que gere o Adblock Plus para fazer isso com sua plataforma de anúncios. Mas isso também faz soar um alarme quando se trata da consolidação de poder da gigante das buscas nessa situação. O Chrome ofertaria seu próprio serviço de exceções ou se manteria firme nos padrões pré-definidos colocados por uma organização independente?

Se implementado corretamente, essa funcionalidade não beneficiaria apenas ao Google. Todos os usuários do internet teriam uma experiência melhor e poucas pessoas iriam se interessar em baixar bloqueadores de publicidade. Considerando que a maioria dos sites se sustentam por meio da publicidade (inclusive nós), este é um esforço para salvar a web que conhecemos.

De acordo com as fontes, o Google poderia lançar essa função em questão de semanas ou matá-la por completo.

[Wall Street Journal]

Imagem do topo: Google, Adblock

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