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Google distribui quase R$ 2 milhões para projetos acadêmicos inovadores

Dos 24 projetos premiados pelo programa de bolsas de pesquisa Google, 17 são feitos por alunos e orientadores de universidades brasileiras.

O Google começou como uma tese de doutorado sobre buscas em 1998. Então, nada mais natural que a empresa tenha uma premiação para acadêmicos com trabalhos inovadores para a resolução de problemas da sociedade. Esta é a ideia do Google Research Awards, um programa de bolsa de estudos anuais para estudantes e orientadores.

Realizada no centro de engenharia do Google em Belo Horizonte (MG), a premiação deste ano distribuiu US$ 600 mil (cerca de R$ 1,9 milhão) para 24 projetos de acadêmicos da América Latina — 17 deles são brasileiros, dois chilenos, dois mexicanos, um colombiano, um peruano e um argentino.

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Todos eles foram submetidos no site do projeto e escolhidos por um grupo de engenheiros da empresa. Alguns são projetos novos e outros são renovações de anos anteriores.

Ganhadores

Dos 24 projetos ganhadores da bolsa, alguns da área de saúde chamaram nossa atenção. Dois da Unicamp têm como objetivo usar machine learning para ajudar na triagem de doenças baseado em análise de imagem.

Um deles, capitaneado por Anderson Rocha e José Ramon Trindade Pires, quer tentar facilitar o diagnóstico de retinopatia diabética, enquanto outro, desenvolvido por Eduardo Alves do Valle Junior e Michel Silva Fornacial, quer ajudar na detecção de câncer de pele.

Parte dos ganhadores do programa de bolsas de pesquisa Google para a América Latina, no centro de engenharia de Belo Horizonte. Crédito: Divulgação

Outro projeto bem interessante feito por acadêmicos mexicanos para o tratamento da diabetes tipo 2. Ele consiste em um biosensor que mede simultaneamente glicose e níveis de insulina. A ideia é transmitir esses dados para um smartphone para, em seguida, serem analisados por um médico que deve tomar medidas para otimizar o tratamento.

Há ainda um projeto que vai tentar mapear grafites baseados em dados do Street View, outro para melhorar as técnicas de digitação com o auxílios dos olhos e um que pretende criar estações para medir o impacto das mudanças climáticas nas geleiras.

A lista completa dos ganhadores deste ano pode ser vista na página Research Awards for Latin America.

Desenvolvimento científico local

“O objetivo não é trazer conhecimento para o Google — inclusive, não temos nenhum direito sobre os projetos apresentados”, explicou Berthier Ribeiro-Neto, diretor de engenharia do Google Brasil, em conversa com jornalistas. Apesar disso, para conceder a bolsa, a companhia estabelece algumas áreas de interesse como interação humana com computadores, cidades inteligentes, privacidade, machine learning, processamento de linguagem natural, entre outros.

“Nossa ideia é estimular a comunidade científica e identificar projetos que fazem o pesquisador deixar os muros da academia, de mostrar como usa seu conhecimento para resolver problemas comuns”, complementou Berthier, que foi quem criou o projeto de bolsa de estudos há dois anos e é responsável por montar o centro de engenharia do Google em BH.

Os prêmios são divididos em bolsas mensais com validade de um ano. Durante este período, estudantes de doutorado receberão US$ 1.200/mês, enquanto seus orientadores receberão US$ 750/mês. Alunos de mestrado receberão US$ 750/mês e seus professores orientadores terão direito a US$ 675/mês.

Veja abaixo imagens do centro de engenharia do Google em Belo Horizonte (MG):

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Visualize as imagens em tamanho ampliado aqui.

O jornalista viajou para Belo Horizonte (MG) a convite do Google.

Foto do topo: Sede do Google em Mountain View, na Califórnia (EUA). Crédito: Paul Sakuma/AP.

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