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Estudos sugerem que CoronaVac e vacina de Oxford são eficazes contra variante de Manaus

Resultados preliminares de testes com amostras de sangue de vacinados são animadores, mas mais dados ainda são necessários.

Vacina CoronaVac. Imagem: Divulgação/Instituto Butantan

Imagem: Divulgação/Instituto Butantan

Uma das maiores preocupações recentes da pandemia de Covid-19 é o surgimento de novas variantes do coronavírus. Uma delas é a chamada variante de Manaus, oficialmente conhecida como P.1, que pode ser mais transmissível e driblar o sistema imunológico, levando a reinfecções. Esse último ponto também levanta preocupação sobre as vacinas e a proteção que elas podem fornecer. Felizmente, estudos preliminares apontam que a eficácia deve continuar.

As informações foram obtidas em primeira mão pela agência Reuters. Um dos estudos foi conduzido pelo Instituto Butantan, que envasa a CoronaVac no Brasil; o outro, pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca, que produzem a vacina Covishield e têm parceria com a Fiocruz.

Segundo a reportagem, uma fonte do Butantan com conhecimento do assunto afirmou que amostras sangue retirado de pessoas que receberam a CoronaVac foram testadas com a variante de Manaus. Dados preliminares mostram que o imunizante continua eficaz contra essa cepa.

No caso da Covishield, os estudos foram conduzidos pela universidade e pela AstraZeneca. A informação de que a eficácia se mantém mesmo contra a P.1 foi dada por Maurício Zuma, diretor da Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz que produz imunobiológicos.

Os resultados ainda são preliminares e merecem mais pesquisas e um olhar mais atento — não foram divulgados dados nem uma versão de pré-impressão do estudo para permitir uma análise de especialistas. Mesmo assim, as notícias são animadoras. Além disso, já sabemos há algum tempo que a imunidade a uma doença não depende apenas dos anticorpos — há outras partes envolvidas, como células B e T.

Os métodos usados pelas vacinas também podem ajudar a explicar. A CoronaVac, por exemplo, usa o coronavírus inteiro, desativado por um processo químico. Em teoria, isso daria a ela uma vantagem contra novas variantes, pois o sistema imunológico teria mais partes do vírus para identificar e aprender a neutralizar.

A variante P.1 gera preocupação em um momento em que o número de casos e óbitos pela Covid-19 cresce no Brasil. Só na última semana, 10 mil pessoas morreram da doença no País, o maior número já registrado para este intervalo. O número de mortes já supera a marca de 260 mil. Enquanto isso, a vacinação anda a passos lentos. Até o último domingo (7), 8,2 milhões de brasileiros haviam sido imunizados, o equivalente a apenas 3,88% da população.

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