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Netflix: chegaremos à marca de mil produções originais até o final do ano

A Netflix, que já pode ser considerada a gigante dos serviços de streaming, tem exercido agressivamente uma estratégia de lançamento de conteúdos originais ao mesmo tempo que tem perdido grandes contratos de licenciamento. Apesar disso, a companhia afirma que está no rumo certo para atingir o total de mil séries e filmes originais até o […]

A Netflix, que já pode ser considerada a gigante dos serviços de streaming, tem exercido agressivamente uma estratégia de lançamento de conteúdos originais ao mesmo tempo que tem perdido grandes contratos de licenciamento. Apesar disso, a companhia afirma que está no rumo certo para atingir o total de mil séries e filmes originais até o final do ano.

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De acordo com o Quartz, o diretor de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, anunciou que a empresa chegará nos quatro dígitos de produções até o final de 2018 – e só irá acelerar o ritmo frenético que alcançaram desde o lançamento do primeiro conteúdo original, a série House of Cards, que estreou há cerca de cinco anos.

O número não necessariamente se refere a séries e filmes produzidos internamente pela própria Netflix, já que o material inclui conteúdos licenciados ou comissionados com exclusividade. Surpreendentes 470 de todas produções serão lançadas somente neste ano:

Metade dos originais – 470 séries, filmes e outras produções – estão programados para serem lançados até final do ano, informou o executivo da Netflix em um evento com investidores da MoffettNathanson nesta segunda-feira (15). Mais de 90% dos assinantes da Netflix assistem as produções originais regularmente, ele disse, embora os números não tenham sido especificados.

“Original” tem diferentes significados para a Netflix, também. Alguns originais, como House of Cards e Orange Is the New Black, são licenciados de outros estúdios e rotulados como originais. Outros, como Stranger Things e 3%, são mesmo produzidos internamente. A companhia está tentando investir mais nos conteúdos internos e ter mais controle sobre as suas propriedades.

Essa é uma boa notícia se você curte os originais da Netflix, que variam de séries de documentários aclamados pela crítica como Wild Wild Country a conteúdos que parecem estar lá para tomar o seu tempo e simplesmente mantê-lo preso na plataforma, como Peaky Blinders, um programa sobre gângsteres britânicos.

Talvez não seja uma notícia tão boa se você perdeu o momento em que a Netflix estava mais interessada no que o comediante Patton Oswalt chamou de Etewaf: Tudo o que já foi – disponível para sempre.

Como a Bloomberg informou no ano passado, os dados que alimentam as estratégias dos serviços de streaming como a Netflix parecem enfatizar conteúdos novos e mais chamativos, excluindo modelos clássicos e materiais antigos que poderiam ter mais significado cultural:

Os trabalhos mais aclamados pela crítica de Hollywood não aparecem com frequência em plataformas de streaming. Dos 25 grandes filmes americanos já produzidos, apenas seis estão disponíveis para assinantes do Amazon Prime, Hulu ou Netflix. Das 25 obras vencedoras mais recentes do Oscar de Melhor Filme, apenas sete estão disponíveis nas mesmas plataformas de streaming.

A Netflix não vê isso necessariamente como uma troca entre possuir mais conteúdo e fornecer bons conteúdos, de acordo com Quartz. Sarandos diz ao público que os dados os ajudam a “dimensionar melhor os projetos” e dividir a quantidade certa de recursos entre audiências com diferentes interesses. E há muitos recursos disponíveis: Sarandos disse que 85% de todas as novas despesas vão para produções originais, cerca de US$ 6,8 bilhões em 2018.

De qualquer forma, as redes de TV e os grandes estúdios de cinema realizam com frequência produções fracas – os filmes de grande orçamento em particular parecem ficar cada vez piores – , mas a Netflix nem sempre acerta a mão também. Os filmes O Paradoxo Cloverfield e Bright são bons exemplos que produções que ganharam muita publicidade, mas que decepcionaram o público e a crítica.

Como aponta o Quartz, Sarandos afirma que 90% dos assinantes da Netflix assistem a produções originais regularmente, mas não esclareceu a definição de sucesso para cada um dos títulos. Quando o modelo da Netflix funciona, as pessoas assistem a programas que talvez nunca teriam sido feitos na TV. Mas quando isso não acontece, a coisa fica mais parecida com o Facebook: eles tentam te empurrar qualquer coisa, desde que consigam mais alguns minutos de sua atenção.

[Quartz]

Imagem do topo: AP

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