_Netflix

Netflix ainda vale a pena depois do aumento na mensalidade?

O Netflix ficará mais caro para os assinantes dos planos Premium e Padrão. Será que ainda vale a pena pagar pelo serviço?

O Netflix ficará mais caro para os assinantes dos planos Premium e Padrão, que permitem acessar quatro telas simultâneas em resolução 4K e duas telas simultâneas em resolução HD, respectivamente. O reajuste foi anunciado ontem (15) e o aumento é significativo: a versão que dá acesso ao 4K passa de R$ 29,90 para R$ 37,90 (quase 27% a mais) e a modalidade HD passa de R$ 22,90 para R$ 27,90 (quase 22%).

• Netflix ficará mais caro no Brasil a partir do mês que vem
• Netflix cresceu demais para se importar com a neutralidade de rede

Com os novos preços o Netflix deixa de ser, para muita gente, uma despesa fixa que pouco pesa no bolso. Com esses valores, é de se pensar duas vezes na hora de inserir os dados do cartão de crédito. A alternativa mais barata de R$ 19,90 dá direito a uma tela, o que não é problema para muita gente, mas peca em oferecer o conteúdo sem a opção HD. Em pleno 2017, com o 4K batendo na porta, assistir séries e filmes em baixa qualidade de vídeo é inviável.

O que pesa mesmo para o usuário, no final das contas, é o catálogo. As opções estão crescendo no Brasil: são 3.257 filmes e 834 séries, de acordo com o levantamento não-oficial do blog Filmes Netflix. Apesar de termos mais títulos a cada ano, a sensação é de menos opções. A reclamação mais recorrente são os títulos antigos e adições atrasadas. O privilégio das produções originais e a retirada de séries com grande apelo, como How I Met Your Mother e The Office aumenta esse sentimento.

A última tentativa do Netflix de melhorar esse cenário ainda não causou impacto: em abril, o Wall Street Journal revelou que estúdios fecharam parcerias para disponibilizar filmes 45 dias depois da estreia nos cinemas. No entanto, não há informações oficiais sobre os estúdios e as limitações regionais desses contratos. A medida só teria efetividade com títulos de alta relevância.

A queda de braço entre Netflix e distribuidoras é o grande entrave para o catálogo cada vez mais enxuto. Cada produção tem um prazo para ficar no catálogo estabelecido no licenciamento e nem sempre a o serviço consegue renovar o acordo, seja por divergências nos valores, novos acordos das distribuidoras com serviços rivais ou a percepção de baixa audiência para determinados títulos.

O lance é que o Netflix cada vez mais passa a ser sedutor apenas para os fãs das produções originais, pilar estratégico para o serviço. O Brasil, inclusive, tem sido visto com carinho pela empresa: além de incorporar diretores e atores brasileiros em grandes produções como Narcos, o Netflix já lançou 3% e anunciou a série Samantha!. Mais produções nacionais devem aparecer no catálogo e ganhar projeção internacional.

A última que vez que o Netflix reajustou os preços no Brasil foi em 2015, mas os usuários que já eram assinantes só pagaram um novo valor no ano seguinte. Dessa vez, no entanto, o aumento já vale para o próximo mês. A ideia é essa: para quem consome muito e foi fisgado por alguma das várias séries originais lançadas nos últimos anos, R$ 5 ou R$ 8 a menos no bolso não vão ser o suficiente para deixar o serviço de lado. Já as pessoas que assistem um conteúdo ou outro no final de semana e busca aproveitar mais filmes, são R$ 28 ou R$ 38 valiosos para outros rolês.

Sair da versão mobile