Há quinze anos, um computador se tornava o melhor jogador de xadrez do mundo
Em 11 de maio de 1997, Garry Kasparov sentou-se com o supercomputador IBM Deep Blue para uma última partida de xadrez. Não deu certo, e o computador venceu, tornando-se o expert no dia final da competição de seis partidas. Mesmo assim, esta vitória é menos significativa que muitos pensam.
Primeiro porque esta já era a segunda vez que o Deep Blue disputava contra Kasparov, depois de perder na primeira vez. Além disso, o supercomputador foi reprogramado especificamente para derrotar o campeão russo, usando jogadas de diversos mestres enxadristas e uma análise detalhada de jogos anteriores de Kasparov.
Jaron Lanier, no livro Gadget – Você Não É um Aplicativo, resume isto muito bem:
O que aconteceu foi que, basicamente, uma equipe especializada em ciência da computação construiu um computador bem rápido, e descobriu uma forma melhor de como escolher a próxima jogada em um jogo de xadrez. Pessoas, não máquinas, realizaram este feito.
Ele venceu não apenas porque tinha um hardware bastante potente para a época: ele venceu porque foi bem programado para a tarefa. Para Lanier, a vitória da equipe do Deep Blue – não apenas do computador – “foi de clareza e elegância de pensamento” e programação. Uma hora ou outra um computador iria ganhar, diz Lanier, mas o Deep Blue ganhou antes do esperado, e isso é mérito de quem o programou.
Mesmo assim, o Deep Blue reforçou o interesse do público em computadores. E continuamos a ver avanços: vários anos depois, em 2011, o supercomputador Watson (também da IBM) saiu vitorioso sobre os humanos no Jeopardy!, tradicional programa americano de perguntas e respostas. O que veremos depois? Quem sabe, computadores que interagem com pessoas tão bem quanto… outras pessoas! Mas lembre-se: por trás de todos os avanços virtuais, estão humanos bem reais.