[Hands-on] Novo Moto E: as novidades animam, mas o preço deixa dúvidas
Depois de atualizar os modelos G e X ano passado e lançar o peso-pesado Maxx, chegou a vez da Motorola dar uma repaginada no irmão caçula da família, o Moto E. Lançado ontem, o modelo tem como principais novidades o suporte a redes 4G e alguns truques do Moto X, como ligar a tela sozinho e acesso rápido à câmera com um movimento de giro, e será vendido a 699 reais.
O aparelho para testes chegou ontem na redação, pouco depois do anúncio. A primeira coisa que chama a atenção é a borda colorida: ele veio com uma azul turquesa — não me agradou tanto, eu tratei logo de colocar a preta para deixar o smartphone mas discreto, mas você sabe, gosto é uma questão pessoal e é sempre bacana ter uma possibilidade de personalização. O que é notável é que a borda esconde as entradas para os dois chips microSIM e o cartão microSD — uma solução inusitada, se pensarmos que a maioria dos smartphones faz você tirar a tampa traseira toda para isso ou ficar abrindo portinhas nas laterais.
O Moto E 2015 já vem de fábrica com o Android 5.0.2 Lollipop, mesma versão que já chegou aos Moto G e Moto X. O sistema é puro e praticamente idêntico ao que vimos nos modelos maiores, com todos os recursos bacanas dele, como notificações na tela de bloqueio, acesso rápido a configurações com duas passadas de dedo na parte superior da tela, bloqueio que desliga automaticamente em lugares confiáveis, entre outras evoluções louváveis no Android.
A Motorola mais uma vez seguiu a política de deixar as personalizações do sistema em funções extras. No entanto, aqui elas estão no meio das configurações: você encontra na lista a opção Moto, que leva para as configurações do Assist, do Ações e do Tela. O Assist usa sua agenda para manter o celular quieto durante compromissos, ativando o modo Prioridade (como o Google chamou o novo modo Silencioso), e durante a noite, num horário pré-determinado. Em relação ao Assist do Moto G, ele perdeu os modos Casa e Direção, que lia mensagens e permitia respondê-las com voz.
As grandes novidades, porém, são o Ações e o Tela. O Ações é o nome dado ao truque do Moto X de ligar a câmera: gire duas vezes como se fosse uma maçaneta para ligar a câmera em qualquer situação (mesmo com a tela desativada!) e mais duas para alternar entre a câmera traseira de 5MP e a frontal VGA. Mesmo num aparelho com configurações intermediárias (processador quad-core Snapdragon 410 e 1GB de RAM), a câmera abre e fica pronta para fotos mais rápido que no meu Moto G, o que é ótimo para não perder aquele click. A qualidade de imagem parece aceitável.
Já o Tela liga o display automaticamente quando chegam notificações e quando detecta movimento, mostrando a tela e um círculo para desbloquear. Fiquei me perguntando se isso numa tela LCD não esgota a bateria muito rápido — o Moto X usa uma tela AMOLED, que permite ativar apenas alguns pixels.
Por falar em tela, ela deu uma crescidinha (4,5 polegadas contra 4,3 do modelo anterior) e manteve a resolução de 960×540 pixels. O tamanho é bom e cabe direitinho na mão, inclusive melhor que o Moto G, mas as cores parecem mais pálidas e amareladas. Por fim, o desempenho do novo processador quad-core — o primeiro Moto E usava um dual-core — parece ótimo, mesmo depois de eu instalar quase tudo da minha (extensa) lista de apps.
Testaremos em detalhes o novo Moto E e faremos um review nas próximas semanas. O primeiro dia foi bastante animador, mas será que vale os 700 reais que estão cobrando? Tentaremos achar uma resposta.