A Intel não tem ideia do que fazer com a realidade virtual, mas é divertido vê-la tentar
Realidade virtual é o maior ponto de interrogação da tecnologia. Poderia se tornar um meio mainstream, como filmes ou videogames, ou algo completamente diferente? Muitas pessoas tentaram e não conseguiram responder essa pergunta, e por mais que o VR Happy Hour da Intel no New Museum na terça-feira (1) não tenha sido uma exceção, incorporar uma árvore e direcionar um monstro é um jeito bem divertido de gastar duas horas.
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Cheguei ao New Museum em torno da hora em que o evento começou, às seis horas, e fui levado para o elegante Sky Room, no sétimo andar, onde entre a variedade de jornalistas, garçons e open bar havia quatro experiências VR completamente diferentes que a Intel estava tentando vender como a próxima grande coisa na realidade virtual.
A primeira e menos impressionante demonstração que tentei foi a colaboração da Intel com o Smithsonian. Rodando em um Oculus Rift, a experiência recriou algumas salas do museu que eram navegáveis selecionando um ponto no chão, se teleportando para ele e visualizando uma perspectiva 360 a partir desse ponto de vista. Além da observação de uma obra de arte, a demonstração poderia virtualmente chamar uma carta de informações e, o mais interessante, teletransportar o usuário para uma experiência relacionada à pintura. Para uma delas, da Aurora Boreal, você é transportado para uma paisagem ártica. Para uma estátua deslocada, você aparece na localização original da estátua. E para a exibição de um filme, você é transportado para o cinema. Apesar de tudo isso ser uma novidade, a arte não era particularmente em alta definição, o que está de acordo com a realidade virtual de hoje em dia, mas para uma experiência baseada em estética visual, eu achei que não foi o bastante.
Em seguida, testei um jogo chamado Mindshow, rodando em uma plataforma HTC Vive. Nessa experiência, coloquei personagens como aliens, cowboys e apresentadores de notícias em uma série de conjuntos pré-selecionados de filmes, como um saloon, um planeta deserto e a asa de um avião para criar e interpretar cenas, integrando controle de voz e movimento. Embora essa tenha sido a experiência mais dinâmica da noite, me lembrou os primeiros jogos de Nintendo Wii e Playstation Move; a experiência pareceu mais uma demonstração de novas tecnologias do que a direção provável em que iria. Os gráficos com cell shading eram alguns dos melhores da noite, mas as opções para a demonstração – ainda em alfa, para sermos justos – eram limitadas. A escolha do próprio equipamento também foi uma grande desvantagem. Eu fiquei com enjoo muito mais rápido do que com um Oculus, e os HTC Vives têm muito menos espaço para a cabeça, tornando difícil experimentar a realidade virtual com os óculos. No final da demo, eu estava ansioso para tirar o headset.
A Intel Sports também fez uma aparição, transmitindo ao vivo um jogo do Baltimore Orioles. Em geral, a experiência foi simples, mas a adição de estatísticas e miniaturas de esportes do Amazon X-Ray, acessíveis ao olhar, tornaram a experiência única. Rodando em um Samsung Gear, essa era uma das duas ideias que a divisão da empresa tinha para os esportes. O Gear não tem um controle como o Oculus ou o Vive, então os usuários precisam apontar suas cabeças para uma opção durante alguns segundos para selecioná-la – uma receita certeira para ficar tonto. O jogo de beisebol foi transmitido a partir de uma imensidão de câmeras de 180 graus que mostravam o jogo de vários ângulos que você podia alternar. A outra experiência da Intel, implementada durante um jogo de campeonato da NCAA no ano passado, usou 360 vídeos para mostrar todos os ângulos de jogo. Enquanto os esportes ao vivo têm sido uma das últimas coisas mantendo os cabos ligados à televisão, não tenho certeza se a realidade virtual será a mudança de paradigma nessa área em particular. O serviço apenas transmite um jogo por semana, e não parece haver um caminho claro para o crescimento.
A experiência final da minha noite, e provavelmente minha favorita, se chamava simplesmente Tree. Além de um Oculus Rift, eu estava equipado com um sistema de áudio tátil SubPac e fones de ouvido tradicionais. Durante a experiência, vivi a vida de uma árvore, desde a plantação da semente que atravessa o solo, através do meu crescimento – com formigas e macacos e pássaros – até me tornar a árvore mais alta da floresta, para finalmente ser cortada pelos lenhadores. Também fui bombardeado com uma experiência olfativa – cortesia da International Flavors and Fragrances – que adicionou uma nova e excitante dimensão à minha imersão.
Tree foi a primeira experiência de realidade virtual em que esqueci, por um momento, que eu estava em outro lugar que não uma floresta tranquila. Essa experiência parecia, mais do que qualquer outra, entender as limitações da realidade virtual, como o fato de uma experiência puramente visual só levar os usuários até certo ponto e que ao usar os outros sentidos é possível fazê-lo esquecer por um momento onde você realmente está.
A realidade virtual em si está provavelmente a anos de distância de se tornar um produto de mercado em massa, tirando algumas mudanças consideráveis na tecnologia. Os headsets são caros, as pessoas ficam com náusea, e ninguém tem um aplicativo revolucionário ainda. Eu não acho que vi uma na terça-feira, mas esses desvios no caminho são divertidos, e certamente existem algumas experiências estranhas para serem vividas.
Imagem do topo: Reprodução