Itália vai investigar Samsung e Apple por suposta obsolescência programada

A revelação de que a Apple desacelerava iPhones “para manter um nível de desempenho de baterias envelhecidas” (segundo versão da empresa) criou uma insatisfação geral que parece não parar de crescer. Depois de a França e até mesmo o Brasil cobrarem esclarecimentos da companhia, agora é a vez de a Itália lançar investigações sobre uma […]
iPhone 8 Plus

A revelação de que a Apple desacelerava iPhones “para manter um nível de desempenho de baterias envelhecidas” (segundo versão da empresa) criou uma insatisfação geral que parece não parar de crescer. Depois de a França e até mesmo o Brasil cobrarem esclarecimentos da companhia, agora é a vez de a Itália lançar investigações sobre uma suposta obsolescência programada. Mas no caso dos italianos, a Samsung também virou alvo.

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A Autorità Garante della Concorrenza e del Mercato (AGCM), organização antitruste da Itália, abriu investigações separadas para investigar acusações de obsolescência programada por parte de Apple e Samsung.

A AGCM quer saber se as companhias estariam, de fato, utilizando atualizações de software para deixar seus dispositivos móveis mais lentos, influenciando, assim, seus clientes a comprarem celulares mais novos e caros. De acordo com o grupo de defesa do consumidor, é possível que as empresas não estejam fornecendo informações suficientes para os clientes sobre os efeitos das atualizações que envia aos celulares, sem detalhes sobre como a instalação poderia acarretar no desaceleramento dos aparelhos. Isso, segundo a AGCM, violaria vários dos artigos do código de proteção ao consumidor da Itália.

Apesar de não fazer menção à revelação recente da Apple, o momento indica que as informações admitidas pela empresa ao menos motivaram a ação.

A Apple já enfrenta ações judiciais nos Estados Unidos por causa da lentidão dos iPhones antigos, e na Coreia do Sul o grupo Cidadãos Unidos Pela Soberania dos Consumidores entrou com uma queixa criminal contra o CEO da empresa, Tim Cook, além de representar 120 queixosos em um processo civil de danos contra a companhia.

No Brasil, o Procon-SP notificou a Apple, pedindo maiores esclarecimentos sobre a lentidão de aparelhos desgastados e também sobre a política de troca de baterias. Vencidos os dez dias úteis que a companhia tinha para responder, a Apple pediu extensão do prazo. Inicialmente, o Procon-SP havia inclusive “levado um drible” da empresa ao de tentar entregar a notificação no escritório da companhia de Cupertino em São Paulo, sem que a Apple assinasse a notificação.

Na França, o órgão de defesa ao consumidor Halte à l’Obsolescence Programmée também fechou o cerco contra a empresa, entrando com um processo no finalzinho do ano passado, a partir de uma lei de 2015 que proíbe a obsolescência programada de tecnologias por parte das empresas.

Parece que todos esses órgãos não acreditaram no papo atencioso da Apple de que estava deixando os celulares mais lentos para melhorar o desempenho das baterias, que, de outro modo, levariam ao desligamento automático dos celulares a partir de certo momento da vida dos smartphones. De maneira prática, a empresa anunciou que vai permitir aos usuários desligar a função que causa a lentidão nos iPhones antigos. Tarde demais.

[The Verge]

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