Microsoft desiste de fazer smartphones para consumidores
Uma semana depois de vender sua divisão de celulares simples, a Microsoft anunciou que vai “simplificar” sua divisão de smartphones, demitindo 1.850 funcionários no processo.
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O Re/code publicou um memorando interno em que Terry Myerson, vice-presidente da divisão Windows e Dispositivos, explica que o Windows 10 faz sucesso em PCs e no Xbox, não em smartphones:
… o nosso sucesso em celulares foi limitado a empresas que valorizam o nosso compromisso com a segurança, gerenciabilidade e Continuum, e com os consumidores que valorizam o mesmo. Assim, temos de ser mais focados em nossos esforços de hardware de celular.
Myerson deixa claro que a Microsoft continuará a atualizar e a dar suporte para smartphones Lumia atuais e para aparelhos com Windows 10 Mobile de outras fabricantes.
No entanto, não espere um novo smartphone deles tão cedo. O foco estará em “abraçar outras plataformas móveis”, como iOS e Android, pois “independentemente da escolha de celular de uma pessoa, queremos que todos sejam capazes de experimentar o que a Microsoft tem para lhes oferecer”.
A presença do Windows em smartphones despencou para 0,7%, segundo a Gartner: foram 2,4 milhões de dispositivos no primeiro trimestre, mesma quantidade de Androids vendida por dia, em média.
Dado que foram vendidos 2,3 milhões de smartphones Lumia, isso significa que apenas 100 mil unidades são das parceiras como Acer e Alcatel. A Microsoft quer dar espaço para outras parceiras apostarem no Windows 10 Mobile, uma estratégia que está longe de funcionar.
Myerson ainda deixa uma fresta de esperança para quem espera por um “Surface Phone”, no entanto: “estamos reduzindo nossa presença, mas não estamos fora!”.
A Microsoft Mobile Oy, na Finlândia – antes parte da Nokia – vai perder 1.350 funcionários, e mais 500 serão demitidos no restante do mundo. A empresa fará um ajuste contábil de US$ 950 milhões para considerar a redução de valor de sua divisão de smartphones.
Em 2014, a Microsoft demitiu 18.000 funcionários, a maioria vindos da Nokia; no ano seguinte, foram mais 7.800, principalmente na área de telefonia.
Assim termina a aquisição da divisão móvel da Nokia: praticamente todos os funcionários foram demitidos pela Microsoft, a área de smartphones fracassou, e a área de dumbphones foi vendida.
A finlandesa HMD Global vai receber uma licença mundial exclusiva para lançar smartphones, tablets e celulares simples com a marca Nokia durante os próximos dez anos.