Descanse em paz, maior telescópio infravermelho já levado ao espaço
O Observatório Espacial Herschel foi o maior e mais poderoso telescópio infravermelho já levado ao espaço. Ele era capaz de ver partes do universo que nenhum outro telescópio poderia ver. Infelizmente, ele parou de funcionar nesta semana, quando acabou o seu hélio líquido de refrigeração, necessário para o Herschel mapear cantos ocultos do cosmos.
O Herschel foi lançado ao espaço em 2009 e, mesmo indo desta para a melhor, ele deixa para trás um importante legado: mais de 35.000 observações científicas em 25.000 horas de uso. Entre elas, estão imagens incríveis de partes do espaço profundo como a Nebulosa da Águia (imagem acima) e a galáxia de Andrômeda.
As observações do Herschel superaram as expectativas, permitindo aos cientistas saber mais sobre como estrelas se formam, sobre as taxas de formação de estrelas em galáxias de todo o cosmos, e sobre a origem e a presença de água em diferentes corpos celestes.
As observações chegaram ao fim e a nave será levada para uma órbita estacionária ao redor do Sol, onde permanecerá por tempo indeterminado; mas a missão científica vai continuar por vários anos, com muitas descobertas ainda a serem feitas nas imagens e espectros coletados pelo observatório.
O telescópio espacial já tem um lugar para dormir seu sono eterno. Mas por que ele era tão importante? Com um espelho principal de 3,5m de largura – 150% maior que o conhecido telescópio Hubble – o Herschel conseguia revelar processos até então inéditos de nascimento de estrelas e formação de galáxias.
Na verdade, o grandalhão conseguia mapear o universo em detalhes surpreendentemente específicos, e em vários comprimentos de onda – fosse infravermelho ou luz visível. Ele também conseguia ver estrelas nascidas perto da Via Láctea – como na região Cygnus X (acima).
Os dados do Herschel serão utilizados em pesquisas por muitos anos no futuro. Ele era um telescópio muito importante: Herschel se foi, mas certamente não será esquecido. [ESA via Space.com]