Paris ficou cheia de propagandas falsas para zoar os patrocinadores da Conferência do Clima

Grupo ativista Brandalism encheu a cidade de Paris com falsas propagandas criticando politicos e corporações, durante a Conferência do Clima.

O grupo ativista britânico Brandalism encheu as ruas de Paris (França) com 600 propagandas falsas para expor a hipocrisia dos patrocinadores corporativos da Conferência do Clima COP21.

As propagandas, obviamente colocadas sem autorização, foram estrategicamente posicionadas por toda a cidade durante o último fim de semana, e foram feitas de modo a parecerem idênticas às originais.

As peças publicitarias foram preparadas por um grande grupo de artistas, um equipe que inclui Neta Harari, Jimmy Cauty, Paul Insect (que costuma colaborar com o Banksy), Escif e Lennard Phillips. Ao todo, foram 82 artistas de 19 países.

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Propaganda ironiza a AirFrance. “Enfrente a mudança climática? Claro que não, somos uma companhia aérea”. Crédito: Brandalism.

O Brandalism diz que as 600 propagandas criticam “o domínio corporativo das conversas sobre clima na COP21” ao expor “os laços entre propaganda, consumismo, dependência de uso de combustível fóssil e mudanças climáticas.”

Marcas como Volkswagen, Air France, Total, Dow Chemicals e GDF Suez estavam entre as companhias que foram alvo do grupo. Chefes de Estado também foram incluídos na campanha, como François Hollande, David Cameron, Barack Obama, Angela Merkel e Shinzo Abi.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nada com uma de suas filhas, enquanto óleo é queimado no fundo. Crédito: Brandalism.

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O primeiro-ministro britânico David Cameron usa macacão de corrida com patrocínio da British Gas. Crédito: Brandalism.

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O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, é uma das vítimas das propagandas do Brandalism. Crédito: Brandalism.

Em um comunicado, Joe Elan, do Brandalism, diz:

Ao patrocinar conversas sobre o clima, grandes poluidores como a Air France e a GDF-Suez-Engie podem se promover como parte da solução — quando, na verdade, eles são parte do problema. Nós estamos tomando esses espaços, pois queremos desafiar o papel da propaganda de promover o consumo insustentável. Como a força da indústria da propaganda alimenta nossos desejos por produtos criados com combustíveis fósseis , eles são intimamente conectados com a causa da mudança climática. No caso das conversas sobre o clima e seus eventos patrocinados por corporações, exibir essas propagandas mostram que nem o maior dinheiro disponível impedirá que nossa voz seja ouvida

Como a Angela Natividad observa no AdWeek, “o objetivo é destacar a hipocrisia dessas companhias ao se associarem a um evento, quando suas ações sugerem que eles não ligam [para a causa].”. A propaganda da Volkswagen é um exemplo particularmente bom e oportuno.

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Propaganda ironiza o recente escândalo da Volkswagen sobre emissões de poluentes. O texto de destaque diz: “Dirija sem poluentes. Ou apenas finja”. Crédito: Brandalism.

As propagandas foram instaladas em espaços da JC Decaux, que é uma das maiores empresas do ramo, e também um patrocinador oficial da COP21.

Brandalism, que se descreve como “uma revolta contra o controle corporativo de domínio visual”, começou em 2012 e conta com equipes em 10 cidades do Reino Unido. Em maio de 2014, eles recuperaram cerca de 360 espaços de propaganda colocando desenhos feitos por artistas de várias partes do mundo.

[Brandalism; h/t AdWeek]

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