Com internet paralela, protestos em Hong Kong driblam censura chinesa

Em meio a protestos em Hong Kong, ativistas usam app que cria redes que não dependem de Wi-Fi nem de celular para se comunicar.

Desde o final de semana, milhares de pessoas estão nas ruas de Hong Kong protestando a favor da democracia na escolha do próximo líder da ilha chinesa. E, por estar sob domínio da China, é de se imaginar que a censura corra solta por lá. Mas isso não prejudica a comunicação entre ativistas, que usam uma rede paralela e, assim, driblam a censura chinesa.

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Com o crescimento dos protestos, a censura chinesa entrou em ação para dificultar a vida dos ativistas: o Instagram, por exemplo, está há dias totalmente bloqueado na China – e o app de compartilhamento de fotos do Facebook nunca foi um dos alvos preferidos dos censores chineses, que normalmente gostam de brigar com o Google. As pessoas de Hong Kong podem postar no Instagram, mas ninguém na China consegue ver as fotos.

Com medo da censura, a população de Hong Kong encontrou outra forma de se comunicar. Eles usam o FireChat, um app lançado em março que ajuda na criação de “redes mesh“. Com elas, as conexões são feitas entre dispositivos que estão próximos fisicamente – 60 metros entre um usuário e outro, mas esse raio cresce conforme mais e mais pessoas estejam usando a rede nas proximidades. Em lugares com muita gente, como no caso dos protestos de Hong Kong, o alcance da rede mesh pode ser de quilômetros.

As redes mesh são uma ferramenta especialmente confiável por não haver uma maneira simples de derrubá-las, já que não adianta bloquear um endereço de site ou sinal de celular. A única forma de acabar com essas redes é desligando o Bluetooth de cada smartphone que usa o FireChat – e, convenhamos, essa não é das tarefas mais simples do mundo.

A Open Garden, empresa responsável pelo FireChat, confirma que, de fato, o app cresceu muito nos últimos dias em Hong Kong: foram mais de 100.000 novos usuários em 22 horas entre a manhã de domingo e segunda-feira, e até 33.000 pessoas usando simultaneamente o app. Os líderes estudantis recomendam que os ativistas usem o FireChat com medo da censura governamental, mesmo que ele não seja a ferramenta ideal, já que não é criptografado e qualquer pessoa pode ler as mensagens, que são públicas. Ele pode ser limitado – mas o importante é ter uma ferramenta que resista aos bloqueios governamentais. E, para isso, o FireChat funciona muito bem. [Gizmodo 1, 2, NPR]

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