O plano para ressuscitar o satélite perdido da NASA encontrou um grande obstáculo
O projeto para assumir o controle do ISEE-3, um satélite da NASA de 30 anos atrás, encontrou um grande obstáculo: a ideia era reajustar sua trajetória para usá-lo em projetos científicos… mas parece que isso não vai acontecer.
Para recapitular: o ISEE-3 é um satélite lançado em 1978 para orbitar o Sol, projetado para estudar a física do vento solar. A NASA parou de contatá-lo em 1997, depois de suas muitas missões terminaram. Mas o ISEE-3 continuou “vivo”, e a NASA sequer percebeu.
Há alguns anos, a agência descobriu que ele ainda estava flutuando pelo espaço, mas não respondia a sinais de comunicação. A NASA não tinha orçamento para restabelecer contato com o satélite e começar a usá-lo de novo. Assim, um grupo de cientistas e fãs começou uma campanha de crowdfunding para levantar US$ 160.000 e tomar as rédeas do projeto.
Em maio, eles conseguiram oficialmente restabelecer contato com o pequeno satélite, e nós comemoramos. Mas a má notícia veio esta semana: segundo o Space News, o sistema de propulsão do ISEE-3 foi ativado duas vezes com sucesso, e depois parou de funcionar:
“Não havia nenhuma combustão, não detectamos nenhuma aceleração e nada estava saindo dos motores”, disse Keith Cowing, editor do NASAWatch.com que liderou o projeto ISEE-3 Reboot junto ao empresário Dennis Wingo, em uma entrevista por telefone em 9 de julho.
“Nós realmente não podemos fazer nada”, disse Cowing.
A NPR explica em detalhes o que deu errado:
O processo tomado sugere que os tanques de nitrogênio necessários para pressurizar o combustível ou não estão funcionando, ou estão vazios, diz Cowing. “Então, basicamente, não podemos mais disparar os motores.”
As ativações anteriores do motor podem ter simplesmente queimado o combustível que já estava nos tubos, diz Cowing. Se os tanques de nitrogênio não funcionam, então a equipe não pode levar mais combustível até esses tubos. Isso significa que eles não poderão ajustar a trajetória do satélite, para levá-lo a uma órbita que o permitiria, mais uma vez, fazer ciência.
E agora? Cowing diz à NBC News que “temos muitas outras opções para usar o satélite”: ele está em uma órbita semelhante à Terra, então será possível manter contato com ele – só não será possível ajustar sua trajetória. Por isso, a equipe tentará aproveitar esta órbita do ISEE-3 e usá-la para explorações científicas úteis. O próximo passo, no entanto, é bem menos ambicioso: “estamos desafiando as pessoas a tirar fotos dele” com um telescópio.
Mesmo com os contratempos, é bem incrível que esse projeto aconteceu – e contra todas as probabilidades. Também ajudou o fato do ISEE-3 ser durável: as células solares estão em ótima forma, permitindo-o funcionar e manter contato com a Terra. Não suma, rapaz. [Space News, NPR, NBC News]