Novo smartphone da Huawei com três câmeras pode iniciar uma nova corrida tecnológica

Tenho um amigo que geralmente brinca pelo fato de não haver motivo para ter duas câmeras em um smartphone. Ainda que ele fale em tom de brincadeira, tem um pouco de razão. Quero dizer, quão melhor são duas câmeras comparado com só uma? Bem, enquanto a gente se acostumava com duas câmeras, a gigante chinesa […]

Tenho um amigo que geralmente brinca pelo fato de não haver motivo para ter duas câmeras em um smartphone. Ainda que ele fale em tom de brincadeira, tem um pouco de razão. Quero dizer, quão melhor são duas câmeras comparado com só uma? Bem, enquanto a gente se acostumava com duas câmeras, a gigante chinesa Huawei iniciou uma tendência totalmente nova de encher a traseira do aparelho de sensores, iniciando com o P20 Pro com suas três câmeras.

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Disponível nas variantes comum e Pro, o P20 é a tentativa da Huawei de juntar todas as principais tendências tecnológicas em um dispositivo que pode agradar até os usuários mais exigentes.

Foto por Sam Rutherford/Gizmodo

Como quase todos os aparelhos topo de linha disponíveis, o P20 é composto por um sanduíche de vidro com bordas mínimas, um leitor de impressão digital, um notch (entalhe, chifre, ou como você queira chamar esse espaço em preto na tela) no topo, não tem entrada para fone de ouvido e conta uma série de recursos de inteligência artificial por dentro, além das três câmeras presentes na traseira da versão Pro.

Até as cores do P20 Pro são requintadas graças a um acabamento que usa tons gradientes, como os usados em carros com pinturas camaleão, que eram moda em 2000.

Da esquerda para a direita: o flash e novos sensores de temperatura de cor, a câmera monocromática de 20 MP, a câmera RGB de 40 MP e a câmera de 8 MP com zoom de 3x. Foto por Sam Rutherford/Gizmodo

O único recurso que talvez falta para o P20 é algum tipo de tecnologia de escaneamento de face 3D, como o que tem no iPhone X. Em vez disso, a Huawei preferiu um sistema menos sofisticado (e menos seguro) de desbloqueio de telefone 2D. Bom, pelo menos é rápido e funciona.

Piadas à parte, o entusiasmo da Huawei de ser competitiva resultou em avanços bem importantes na indústria de smartphone como um todo. A mais óbvia é o no sistema triplo de câmeras na traseira do dispositivo, que consistem em um sensor de 8 MP com um zoom óptico de 3x, um sensor monocromático de 20 MP e um sensor RGB de 40 MP.

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Algumas pessoas podem reclamar que a resolução da câmera é muito alta e que só megapixels não querem dizer nada. No entanto, a alta resolução também vem com avanços no tamanho do sensor que, segundo a Huawei, é duas vezes maior que o da câmera principal do iPhone X e 170% maior que a presente no Galaxy S9.

Então, você adiciona um novo sistema de autofoco a laser com alcance de 3 metros (três vezes maior do que o disponível anteriormente), um novo sensor de temperatura de cor para um balanço de branco mais preciso, filmagem em câmera lenta em 960 fps e zoom de 3x (que é 1x melhor que o da Samsung e melhor que o da Apple). Como resultado, temos um produto com uma câmera bem decente.

Enquanto isso, por dentro, a Huawei continuou a trabalhar em sua mágica de imagens melhoradas com inteligência artificial. Não só o P20 consegue identificar mais objetos, como um gato ou um cachorro, mas o smartphone agora consegue reconhecer cenas, como céu azul ou escuro e ajustar automaticamente a câmera para essas ocasiões.

No entanto, o recurso mais propagado pela empresa é o novo sistema de estabilização baseado em inteligência artificial que permite tirar fotos com longa exposição — de até quatro segundos — sem captar chacoalhões que podem borrar a imagem.

A Huawei diz que tem um zoom híbrido no P20 de 5x, mas o zoom óptico de 3x é o recurso que você deve prestar atenção. Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

É um recurso bem bacana, caso funcione na prática, pois permitirá que pessoas possam tirar fotos à noite sem a necessidade de carregar uma câmera grande e um tripé. Infelizmente, não foi possível testar esse recurso no meu rápido contato com o aparelho. Agora, só vai dar para fazer isso em um review.

No que diz respeito à câmera do P20 comum, que significa que ele tem uma câmera de 20 MP em vez de 40 MP, a Huawei diz que seus grandes pixels tem 1,55 micron (22% maior que do S9 que tem 1,4 micron pixels). No fim das contas, com pixels maiores é possível captar mais luz que os pixels menores o que, na teoria, pode melhorar a qualidade das fotos tiradas no escuro.

Dito isso, o P20 e o P20 Pro não contam com todos os seus truques concentrados na câmera. Considere o “notch”, por exemplo. Fora da caixa, o aparelho tem aquele espaço esquisito na parte superior. No entanto, se incomodar, é possível, via software, inserir uma barra preta para parecer um pouco menos irritante.

Com notch e sem notch. Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

E se você prestar atenção na parte de cima do aparelho, a Huawei incluiu um sensor infravermelho para controlar uma TV — este era um recurso comum em alguns aparelhos topo de linha, mas com o tempo foi sendo removido. Por dentro, as coisas continuam boas. O P20 comum vem com o processador Kirin 970, 4GB ou 6 GB de RAM (dependendo do modelo) e 128 GB para armazenamento.

Huawei P20 conta com um sensor infravermelho que pode ajudar a controlar a TV. Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

Por ora, a única coisa que eu não gostei muito no P20 é sensor de digital na parte da frente. Penso que se a companhia vai adicionar entalhes para aumentar a tela, ela deve colocar o sensor na parte traseira. No entanto, parece que a Huawei não concorda com isso, como me disse Steve Lai, diretor de marketing da companhia. Segundo ele, o sensor frontal é uma característica dos smartphones da série P.

Além de ter uma câmera a menos que o P20 Pro, o P20 conta com uma tela LCD de 5,8 polegadas e uma bateria de 3.400 mAh contra 6,1 polegadas OLED e bateria de 4.000 mAh presente no Pro.

Na Europa, o P20 com 4 GB de RAM e 128 GB vai custar 649 euros. Já o P20 Pro vai custar 899 euros, na versão com 6 GB de RAM e 128 GB.

Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

O ruim disso tudo é que por mais animador que os modelos sejam, não existe planos para serem lançados nos Estados Unidos ou no Brasil. No país da América do Norte, a situação é pior, pois existe um banimento por autoridades. Já no Brasil, a Huawei não traz aparelhos há um tempo, então vai que a companhia decide voltar a esse mercado e a competir com iPhones e Galaxys S.

De qualquer jeito, é uma pena que a gente não tenha acesso ao que pode ser um dos smartphones mais bacanas lançados no ano.

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