Xiaomi mostra nova versão do MIUI com visual flat
A Xiaomi está crescendo rápido na China e planeja operar este ano em 14 países, incluindo o Brasil. Todos os dispositivos vendidos pela empresa rodam MIUI, uma ROM customizada com base no Android – que você pode instalar no seu smartphone ou tablet.
O MIUI 6 é a mais nova versão desta ROM, e mantém a tradição de misturar elementos do iOS e Android. Desta vez, ele abandona sombras e reflexos para adotar um visual mais flat, e traz algumas funcionalidades novas.
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Entre elas, temos um menu visual quando você liga para centrais de atendimento. Em vez de ouvir cada opção – disque 1 para saldo, disque 2 para extrato, disque M para matar etc. – tudo isso aparece na tela do smartphone. Ele também identifica se a ligação vier de telemarketing ou algo parecido.
O MIUI 6 também ganhou notificações interativas na borda superior; um antivírus embutido; e suporte a gestos em telas maiores. Quanto às mudanças visuais, a própria Xiaomi reuniu alguns exemplos:
É inegável que isso é parecido com o iOS 6 (antes) e 7 (depois). Há outras semelhanças, como a ausência de uma gaveta de apps (todos ficam na tela inicial). Mas isso é algo que a Xiaomi vem fazendo desde que começou suas atividades há quatro anos, quando foi fundada pelo bilionário Lei Jun, conhecido como o “Steve Jobs da China”.
As semelhanças também são várias no hardware: o Xiaomi Mi4, anunciado em julho, tem vários elementos que lembram o iPhone. O tablet MiPad, por sua vez, lembra bastante o iPad Mini.
Isso pode irritar a Apple (e seus fãs) mas pode ser um problema maior para a Samsung, que perdeu para a Xiaomi o primeiro lugar na venda de smartphones na China. A coreana teve uma queda nos lucros por perder espaço no país. John Gruber, do Daring Fireball, tem uma tese bem convincente:
Postulado: a Xiaomi (ou “Mi”) constitui uma séria ameaça para a Samsung porque:
1) a Xiaomi é mais descarada, e mais disposta a copiar a Apple no máximo de detalhes que puder;
2) eles são melhores nisso: a Xiaomi copia com bom gosto, mas a Samsung não tem bom gosto;
3) a Xiaomi opera apenas em países com cultura e leis que não protegem fortemente a propriedade intelectual, estimulando e protegendo ainda mais a empresa.
A Xiaomi quer se expandir este ano para países como Singapura, Indonésia, Rússia, México e Brasil – onde uma disputa de patentes seria menos provável. Por aqui, a empresa até já possui endereço fixo em um prédio de escritórios em São Paulo.
A Xiaomi tem um plano de negócios diferente da Samsung e Apple: eles vendem seus produtos quase a preço de custo, mas vende cada modelo por até 18 meses, para aproveitar a queda de custos dos componentes ao longo do tempo. O Mi4 custa a partir de US$ 320 na China; o MiPad sai por apenas US$ 240.
O MIUI, no entanto, é gratuito. A versão 6 está disponível apenas para cem beta testers, mas será disponibilizada para todos nos próximos meses. Se você está curioso, pode testar a versão 5 baixando-a neste link. [Xiaomi via Liliputing]