10 submarinos no mundo são certificados para descer a 3.600 m, exceto da OceanGate

Todas as embarcações com autorização para ir tão longe no fundo do mar passaram pela certificação obrigatória
Restam menos de 24h de oxigênio no submarino do Titanic
Imagem: OceanGate/Divulgação

Em todo o mundo, existem apenas 10 submarinos autorizados a descer até os 3.600 metros de profundidade – e o submersível Titan, que implodiu ao fazer uma expedição ao Titanic, não era um deles. 

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A informação é de Will Kohnen, membro da Marine Technology Society, organização internacional para assuntos de exploração oceânica. “Existem 10 submarinos no mundo que podem descer até os 3.600 metros de profundidade”, afirmou Kohnen à CNN. “Todos têm certificação, exceto o submersível da OceanGate”.

As ruínas do navio Titanic, que naufragou em 1912, estão a 3.800 metros de profundidade n oceano Atlântico Norte. Até então, todas as embarcações com autorização para ir tão longe no fundo do mar passaram pela certificação obrigatória, disse ele.

Em 2018, o comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados da entidade ao CEO da OceanGate, Stockton Rush, sobre sua “preocupação unânime” com o desenvolvimento do Titan, de acordo com informações do jornal New York Times.

No relatório, a organização reiterou que o submarino precisava de mais testes e alertou para os “potenciais perigos aos passageiros do Titan como o submersível atingiu profundidades extremas”. Rush está entre os mortos da implosão.

O submersível da OceanGate foi visitar as ruínas do Titanic com cinco pessoas a bordo. Na quinta-feira (22), a Guarda Costeira dos EUA anunciou a identificação de pelo menos cinco partes da embarcação. Não há sobreviventes. A principal hipótese é que o veículo tenha sofrido uma “implosão catastrófica”, possivelmente por falha técnica.

Recusou revisão

Kohnen também relatou que a OcenGate, que operava a embarcação, recusou fazer uma revisão de segurança do submarino antes de sua última viagem, no domingo (18). O procedimento de certificação poderia ter evitado “algumas das situações”, afirmou o especialista.

O diretor do longa “Titanic” (1997), James Cameron, foi outro a questionar a falta de manutenção do submersível. Ele participou de mais de 30 expedições para visitar as ruínas do navio antes e depois da produção do filme.

Por isso, conhecia as pessoas do meio e estava habituado a presenciar discussões sobre a OceanGate, como relatou à emissora ABC. “As pessoas da comunidade [de mergulho] estavam muito preocupadas com este submarino”, disse o cineasta.

“Vários dos principais players da comunidade de engenharia de submersão profunda até escreveram cartas para a empresa, dizendo que o que eles estavam fazendo era muito experimental para transportar passageiros e que precisavam de certificação”.

Cameron comparou as duas tragédias e se disse “impressionado” com as semelhanças. “O capitão [do Titanic] foi repetidamente avisado sobre o gelo à frente de seu navio e, no entanto, ele navegou a toda velocidade em um campo de gelo em uma noite sem lua e muitas pessoas morreram como resultado”.

“Para nós, é uma tragédia muito semelhante, onde os avisos foram ignorados. Acontecer exatamente no mesmo local com todos os mergulhos que estão acontecendo ao redor do mundo, acho inacreditável. É realmente muito surreal”, completou.

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