12 projetos de aeroportos jamais construídos nos 100 anos das viagens aéreas
Enquanto você amaldiçoa os terminais, corredores e pessoas no seu caminho em aeroportos pelo mundo, é fácil esquecer quão sofisticado um aeroporto comum pode ser. Eles são verdadeiras obras de arte – mas nada comparado a conceitos de aeroportos que artistas desenvolveram ao longo dos últimos 100 anos.
Nesta semana, a Scientific American publicou uma reportagem sobre uma proposta de aeroporto para Londres que flutuaria em uma superestrutura no estuário do Rio Tâmisa. Tem cara daquelas ideias marcantes modernas – mas isso já está na mente de artistas há pelo menos 70 anos. Vamos relembrar algumas ideias de aeroportos de tempos passados – eis algumas das mais interessantes.
1919: pistas urbanas para uma cidade de pilotos
Nas décadas de 1910 e 1920, a aviação comercial como conhecemos ainda não existia direito – e alguns visionários imaginavam cidades onde civis teriam suas próprias aeronaves, como temos nossos carros hoje em dia. A Illustrated London News publicou esta ilustração em outubro de 1919 mostrando como uma pista poderia ser ligada ao cenário urbano já existente. [PTAK Science Books]
1926: aeroportos urbanos
Na segunda metade da década de 1920, parecia claro que todos os americanos um dia teriam um avião próprio além do carro. As primeiras linhas aéreas comerciais estavam emergindo e designs de aeroportos pipocavam por todos os lados.
Esta página do livro The Wonderful Future That Never Was, de Gregory Benford, fala em uma pista fixada por colunas enormes feitas por imóveis comerciais – em outras palavras, arranha-céus. [Paleofuture]
1934: um aeroporto por cima do Rio Tâmisa
Nos anos 1930, as viagens aéreas eram consideradas um futuro glamouroso das viagens – e as cidades procuravam formas de acomodar os aviões. Este desenho surgiu em uma edição de 1934 da Popular Science propondo um aeroporto no Rio Tâmisa – com uma entrada a partir do Palácio Westminster. [Gizmodo]
1938: megaestruturas para uma mega-indústria
No final dos anos 30, aeronaves se dividiram entre indústria militar e comercial. A explosão de aviões criou um problema: onde colocar pistas próximas a grandes centros econômicos? “Proposto como solução para o problema de localização de aeroportos no coração de grandes cidades,” explicou uma edição de 1938 da Popular Mechanix deste projeto de um engenheiro francês, a pista se reorientaria conforme a chegada dos aviões. [Modern Mechanix]
1939: um aeroporto no topo de um arranha-céu
Outro plano da mesma época imaginava dar um novo sentido aos arranha-céus de Manhattan. Um aeroporto com oito pistas serviria para pessoas que quisessem voar para o trabalho. No chão, taxis, ônibus e estacionamentos ligariam os passageiros ao resto da cidade. [Modern Mechanix]
1946: um super-aeroporto para Manhattan
Propuseram a construção de um aeroporto que ocupasse grande parte da zona oeste de Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos. O projeto foi abandonado a partir do momento que dois dos aeroportos da cidade – JFK e LGA – se tornaram rapidamente acessíveis de carro. A construção deste super-aeroporto consumiria US$ 3 bilhões – ou US$ 35 bilhões em valores atualizados. [Ptak Science]
Década de 1950: um terminal flutuante em Nova York
Também em busca de uma solução para os problemas de aeroporto em Manhattan, Norman Bel Geddes imaginou uma pista flutuante acessível aos passageiros através de um túnel subterrâneo. Como John F. Ptak ressalta, a parte mais interessante da ideia seria o trabalho do piloto – não para o avião, mas para toda a pista, que seria transformada a partir de um leme distante do vento conforme necessário. [PTAK]
1960: o Jetscalator
Conforme o tamanho dos aeroportos cresceu, a logística de levar passageiros a pé para o terminal se tornou um grande problema. A solução? Terminais móveis, ou o Jetscalator. Uma variação desses terminais transportou passageiros em Washington durante décadas – até que foram recentemente aposentados. [Paleofuture]
1970: Hammersmith Flyover, de Norman Foster
A rodovia elevada Hammersmith Flyover, em Londres, foi objeto de um projeto dos anos 1970 de Norman Foster. Ele imaginou substituir a estrada por um enorme centro com espaços comerciais, escritórios, ônibus, estações de trem e, obviamente, espaço para aviões pousarem. [Londonist]
Décadas de 1980 e 1990: terminais flutuantes
Aeroporto flutuante – seja no ar ou no mar – é um sonho desde os primórdios das viagens aéreas. Eis um caso onde é mais interessante falar sobre algo que foi construído: após mais de três décadas de propostas, o primeiro aeroporto flutuante do mundo – Kansai, no Japão – abriu em 1994 em um pedaço de terra artificial. Foi a solução para diversos problemas dos aeroportos urbanos: barulho, recursos limitados de terra, questões de segurança pública. O lado ruim? Hoje ele está afundando.
2010: torres de controle de tráfego aéreo portáteis
Hoje em dia, não é necessariamente a adição de novas tecnologias que nos deixa obcecados, e sim a diminuição delas. O sistema de controle de tráfego virtual de Saab permite que os controladores de ar façam o trabalho de qualquer parte. No passado uma parte importante em qualquer aeroporto, a torre de controle hoje em dia está morrendo. [Gizmodo]
2020: Aeroporto Britannia em Londres
Este projeto – que substituiria o sobrecarregado Heathrow em algum momento de 2030 – usa a mesma tecnologia que construiu Kansai. Situado no meio do estuário de Tâmisa, ele transportaria passageiros via balsas para Londres e o resto do país. [BBC; io9]