1º “bebê de proveta” faz 45 anos hoje (25); o que mudou na fertilização in vitro
Há exatos 45 anos, em 1978, nasceu Louise Brown, o primeiro bebê concebido por meio de fertilização in vitro (FIV) no mundo.
Seu nascimento rendeu a um de seus médicos o Prêmio Nobel, além de marcar o que ficou conhecido como o Dia Mundial da FIV. No Brasil, o primeiro nascimento semelhante foi o da paranaese Anna Paula Caldeira, em 1984.
O nascimento de Brown levantou questões sobre ética, bem como sobre o futuro da humanidade. Desde então, muita coisa mudou em relação ao procedimento. O nome “bebê de proveta”, aliás, caiu em desuso. Isso porque ele é desatualizado e pode ser considerado ofensivo.
“Todas as gestações, sejam resultado de tratamento de fertilidade ou não, devem ser tratadas com respeito, independentemente de como ocorreu a fertilização” reforça o diretor médico e cofundador da companhia de fertilidade Carrot Fertility, o Dr. Asima Ahmad, ao site Yahoo.
Mais nascimentos por fertilização in vitro
De lá para cá, as taxas de sucesso da fertilização in vitro melhoraram. De acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o procedimento nos EUA tem uma taxa de sucesso de cerca de 38% no geral. No passado, costumava ser de 10%, embora ainda dependam de fatores como idade dos pais e condições de saúde da mãe.
A fertilização in vitro também se tornou mais comum. Cerca de 4 milhões de nascimentos por ano nos EUA – ou até 2% dos nascimentos anuais – são devidos à FIV, segundo o CDC. Além disso, algumas seguradoras e empregadores agora cobrem os custos do procedimento no país.
No Brasil, não há um levantamento anual de nascimentos. Porém, de acordo com a SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida), foram 384.962 ciclos de FIV no país nos últimos dez anos. No entanto, vale lembrar que nem todos os ciclos resultam em um nascimento.
Por que usar a FIV?
Outra questão é que o teste genético pode ajudar pais a conceberem filhos mais saudáveis. “Alguns casais carregam um gene, como o da fibrose cística ou da síndrome do X frágil, e querem evitar transmiti-lo aos filhos”, explica a endocrinologista reprodutiva Dra. Jane Frederick.
Por fim, as razões pelas quais as pessoas recorrem à fertilização in vitro são diversas atualmente. Além de mulheres inférteis devido a problemas com as trompas de falópio, a FIV agora também é usada para outros tipos de infertilidade, para a reprodução de pessoas LGBT+ e para o congelamento de óvulos, por exemplo.