Congestionamentos deixam a vida cotidiana bem pior. Mas, às vezes, o trânsito ruim pode ser incrivelmente ruim. Em homenagem a acontecimentos como estes, reunimos alguns dos piores trânsitos da história.
E o trânsito pode ficar ruim desse jeito todos os dias. De acordo com a US Travel Association, um grande número de corredores pode, daqui a 20 anos, ter congestionamentos daqueles de saída de feriado regularmente. Nosso amor por carros pode acabar travando o país inteiro.
Frustração, irritação, raiva — sim, tudo isso é ruim, mas o pior lado dos congestionamentos é que nossas cidades dependem muito dessas artérias de concreto. Pense nos atendimentos de emergência, por exemplo. Estradas e avenidas podem salvar vidas, mas somente quando elas não estão abarrotadas de carros parados.
São Paulo, Brasil — Novembro de 2013
Foto: AP/Agência Estado
Conhecida como a cidade com os piores congestionamentos do mundo, a maior cidade brasileira registrou seu maior índice de congestionamento em novembro do ano passado, chegando a 309km. São Paulo geralmente bate a marca de 160km de trânsito pesado nas tardes de sexta-feira, mas aquela quinta, uma véspera de feriado, superou todos os congestionamentos anteriores.
O trânsito em São Paulo já chegou a criar uma cultura própria: as pessoas leem, se maquiam e veem filmes dentro dos carros. Uma mulher chegou a conhecer o marido durante um congestionamento: “‘Eu estava com uma amiga no carro e ele também estava com um amigo no carro dele. No anda e para do trânsito, nós começamos a dirigir lado a lado e, então, ele começou a olhar para mim’, diz [Fabiana] Crespo. Depois de um pequeno flerte pelas janelas dos carros, Mauricio conseguiu convencê-la a passar o telefone. Ele ligou, e uma duradoura história de amor começou.”
Chicago, Illinois — Fevereiro de 2011
Foto: AP Photo/Kiichiro Sato, Charles Rex Arbogast
Se ficar preso no trânsito já é ruim o suficiente, imagine estar preso no trânsito enquanto a neve cai sobre o seu para-brisa e a temperatura está congelante. Isto aconteceu durante a nevasca que atingiu o Meio Oeste Americano no inverno de 2011 e descarregou mais de 50cm de neve sobre Chicago.
Os motoristas abandonaram seus carros no frio para se salvarem, e a Lake Shore Drive virou um cemitério de automóveis. A cidade, então, teve que rebocar os veículos para vagas vazias até seus donos o recuperarem. No entanto, os registros mal-feitos de onde cada carro foi colocado transformaram um congestionamento digno de pesadelos num enorme problema burocrático.
Pequim, China — Agosto de 2010
Foto: AP Photo/Alexander F. Yuan
O congestionamento de quase 100km e duração de 11 dias –tudo causado por obras ao longo da via expressa Pequim-Tibet– se tornou uma oportunidade de negócio. Com motoristas sedentos e famintos por estarem há dias nos carros, vendedores ambulantes apareceram para vender macarrão instantâneo quatro vezes mais caro e água a dez vezes o preço normal.
Mas o aumento abusivo dos preços foi o de menos. “Os vendedores oferecem água a preços malucos, mas, se você diz ‘não’ ou reclama do preço, eles ameaçam amassar o seu carro”, disse um motorista. Outros relataram que ladrões roubavam gasolina e dinheiro.
Fronteira entre Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental — Abril de 1990
Foto: G. Mach/Wikimedia Commons
Durante o primeiro feriado de Páscoa após a queda do Muro de Berlim, cerca de 18 milhões de carros ficaram presos na estrada. Um feriado desses é tradicionalmente um momento para visitar a família, e esta era a primeira oportunidade em quarenta anos para muitos. “O fluxo de motoristas da sexta-feira demonstrou mais uma vez que as duas Alemanhas permanecem bastante ligadas entre si num nível pessoal, apesar de quase duas gerações de divisão política”, escreveu o LA Times, em 1990.
Apesar de as checagens na fronteira terem sido rápidas e superficiais, os congestionamentos passaram de 48 quilômetros. A espera nos postos de combustível chegou a quatro horas. Mas isso não é nada quando comparado a 40 anos de separação.
Woodstock – Agosto de 1969
Foto: Ric Manning/Wikimedia Commons
Com meio milhão de loucos por música –dez vezes o público esperado de 50 mil– indo para o norte de Nova Iorque, as estradas ficaram uma bagunça. Para deixar as coisas ainda mais difíceis, a Polícia do Estado de Nova Iorque não colocou em prática os planos de desvios recomendados pelos organizadores do festival.
A coisa ficou tão feia que planos alternativos começaram a aparecer. Os fãs abandonaram os carros e simplesmente andaram. Por outro lado, os artistas foram de helicóptero até o festival.
E você, já esteve num congestionamento enorme? Conte sua experiência nos comentários!
Foto do início do post: buzrael via Flickr