Pouco a pouco, a nova geração da realidade virtual vai ganhando forma. Os dispositivos disponíveis ainda são caros e alguns funcionam muito melhor do que outros. Os próximos anos, no entanto, devem trazer mais e mais inovações para a indústria.
O mercado de games hoje é o que mais aproveita a tecnologia, mas outros setores já estão utilizando a novidade para contar histórias, proporcionar experiências diferentes e levar os usuários para diferentes lugares.
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1. Jornalismo
Com veículos online procurando novas formas de engajar os leitores, não é nenhuma surpresa que eles passem a utilizar a realidade virtual. Jornais como o New York Times e o Des Moines Register já criaram conteúdo com a tecnologia, levando o público para o local da história.
Quando falamos em VR, um dos principais objetivos é proporcionar uma real noção do espaço físico. No Project Syria, criado na USC School of Cinematic Arts, os espectadores podiam entrar num campo de refugiados e olhar ao redor. Nonny de la Peña, que trabalhou no projeto, disse que a experiência traz um forte impacto emocional pela empatia que os usuários podem sentir por estar naquele ambiente.
2. Educação
Anos atrás, durante meu primeiro teste do Oculus Rift (quando ele ainda era enjoativo), eu experimentei algo chamado “A velocidade da luz desacelerada“, criada por membros do MIT Game Lab. Não era exatamente um jogo, e sim uma experiência em primeira pessoa que exemplificava a Teoria Especial da Relatividade.
A realidade virtual pode ser utilizada de forma similar nas salas de aula para demonstrar conceitos aos estudantes, especialmente quando se trata de física. Lá em 2009, professores já discutiam como os dispositivos VR poderiam ajudar no ensino.
Simulação VR no Centro Médico Madigan do Exército, em Fort Lewis, em 2007, para ajudar veteranos de guerra com estresse pós-traumático (AP)
3. Assistência médica
Acredita-se que o valor de mercado da realidade virtual na área da saúde deve chegar a US$ 1,9 bilhão até 2020. Existem inúmeras aplicações nesse campo: pesquisadores da Universidade de Louisville testaram a realidade virtual para tratar fobias e doenças relacionadas a ansiedade, por exemplo. Na Universidade de Stanford, estão criando ambientes para a aprendizagem de procedimentos cirúrgicos. E com a indústria médica se tornando mais conectada, as aplicações de VR continuarão crescendo.
4. Pornografia
Era questão de tempo até que a indústria pornográfica se apropriasse da realidade virtual. Em março, o Pornhub lançou um canal VR gratuito com vídeos em 360 graus nos quais os atores interagem com o espectador. Alguns aspectos das relações sexuais não conseguem ultrapassar a barreira digital, como o calor do corpo e a respiração, mas combinar os dispositivos com outros acessórios pode tornar a experiência mais autêntica — é o que diz o Kotaku, que testou a experiência VR pornô no ano passado.
5. Religião
No outro lado do espectro temos a religião, que pode usar a VR da mesma forma que a educação: oferecendo um espaço onde as pessoas possam interagir. De acordo com o reverendo Christopher Benek da primeira igreja presbiteriana de Fort Lauderdale na Flórida, a tecnologia pode ser usada por pessoas que vivem em zonas rurais ou estão confinadas em suas casas (quantas delas conseguirão comprar um dispositivo VR, já é outra questão). Ao criar igrejas virtuais, elas podem se sentir parte de uma comunidade sem que estejam fisicamente presentes.
6. Entretenimento
Em 2015, o Gear VR ganhou um aplicativo do Netflix que permitia assistir filmes em um cinema virtual com um sofá, uma TV enorme e iluminação ambiente. Estamos só começando a conhecer as possibilidades da realidade virtual na exibição de filmes, e os próximos passos devem ir na direção de experiências 3D e IMAX.
A indústria cinematográfica vem brincando com a imersão para atrair o público desde o primeiro filme 3D comercial nos anos 1950 e com outras tentativas divertidas, como o Smell-o-Vision, um sistema no qual aromas eram liberados em sincronia com o filme. A realidade virtual também pode ter potencial ao oferecer ambientes alternativos. Imagine se você pudesse ir a um cinema virtual sem ter que sair de sua casa ou estar em uma conferência com outros fãs, por exemplo.
7. Exploração do espaço
Explorar o espaço é algo que muitos de nós não poderemos fazer. Os cientistas ainda estão trabalhando para levar o primeiro homem até Marte e aprimorando as tecnologias para jornadas mais longas. A realidade virtual é uma alternativa decente para 2016: a NASA, por exemplo, lançou uma plataforma que proporciona uma visão panorâmica de Marte, colocando você no planeta vermelho. Inclusive, essa pode ser uma boa ferramenta de educação, oferecendo uma visão direta de lugares que poucos poderão visitar.
8. Museus
Da mesma forma que a realidade virtual pode nos colocar no futuro, ela pode nos levar para o passado criando exposições virtuais. O Museu Britânico já utilizou a tecnologia para levar seus visitantes à Idade do Bronze. Ela também pode ajudar as pessoas a viajar para marcos históricos, como a Casa Branca.
Um tour físico por alguns dos museus mais famosos do mundo pode ajudar quem não poderia viajar até eles, enquanto outros podem proporcionar experiências você não poderia ter em um ambiente lotado.