A Amazon quer legalizar a maconha nos EUA
A Amazon está intensificando sua campanha pró-maconha. A empresa anunciou na última terça-feira (21), por exemplo, que está fazendo lobby por reformas legislativas que visam à descriminalização, reafirmando seu compromisso de não rastrear cannabis em candidatos a empregos.
Beth Galetti, vice-presidente sênior de recursos humanos, declarou em uma postagem no blog o apoio da empresa a duas leis que visam descriminalizar a cannabis em todo o país. A mudança ocorre em meio à expansão da legalização em nível estadual , com 36 estados permitindo algum nível de acesso público à cannabis e 18 estados mais Washington, DC, legalizando o uso recreativo de adultos.
A primeira é a Lei conhecida como Lei MORE, apresentada pelo presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerry Nadler, que removeria a maconha da lista de substâncias controladas do governo federal, efetivamente descriminalizando-a. O projeto também busca criar novos programas de investimento para comunidades que foram desproporcionalmente afetadas pelo encarceramento e policiamento relacionados à maconha, ao mesmo tempo em que busca eliminar registros criminais relevantes. Ela foi apresentada anteriormente e aprovado pela Câmara no ano passado em uma votação histórica antes de finalmente parar no Senado — controlado pelos republicanos. Nadler reenviou o projeto de lei em maio, acrescentando algumas modificações.
A outra proposta de lei que a Amazon está apoiando é a Lei de Oportunidade e Administração da Cannabis – um projeto apresentado por democratas, incluindo o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer. A legislação buscaria, da mesma forma, legalizar e regular a erva, ao mesmo tempo que forneceria fundos aos governos estaduais para serem usados na eliminação de registros criminais relacionados a condenações por cannabis em nível estadual.
A multinacional, que emprega 950 mil pessoas nos Estados Unidos, disse que apoia as medidas por uma série de razões, uma das quais é a colcha de retalhos insustentável de leis estaduais e o fato de que os testes pré-emprego para cannabis “afetam desproporcionalmente as pessoas não-brancas”. A empresa também observou que sua busca contínua por “novos e excelentes membros de equipe” significa que se livrar dos testes pré-contratação de cannabis lhes permite contratar indivíduos que podem ser mais bem qualificados.
“Estamos entusiasmados com o notável ímpeto do país em reconhecer que o status quo de hoje é injusto e insustentável. Esperamos trabalhar com o Congresso e outros apoiadores para garantir a reforma necessária das leis de cannabis do país”, escreveu Galetti.
A posição da Amazon sobre a maconha começou a mudar pelo menos alguns meses atrás. Em junho, surgiram relatos de que a empresa estava abandonando os testes admissionais relacionados ao consumo da planta (com exceção daqueles regulamentados pelo Ministério dos Transportes, como caminhoneiros e cargos que exigem operação de maquinário pesado).
Esta é uma virada interessante para a companhia – que provou ser uma péssima empregadora quando vemos outros aspectos. Por falar nisso, também vale a pena lembrar que todos – de Elon Musk ao infeliz ex-governador de Nova York – sabem que lidar bem com maconha é uma maneira infalível de parecer descolado e gerar boa vontade, já que a maioria das pessoas sabe das proibições.