Todos os anos, no final de novembro, as empresas bombardeiam os potenciais clientes com e-mails e anúncios sobre as promoções imperdíveis da Black Friday. Embora muitos consumidores fiquem entusiasmados com os produtos com grandes descontos, o volume de vendas tem um preço muito elevado para o ambiente, que já tem sofrido com as mudanças climáticas dos últimos anos.
“A Black Friday é uma tendência extremamente preocupante”, disse Phil Purnell, professor de Materiais e Estruturas da Escola de Engenharia Civil da Universidade de Leeds, no Reino Unido.
“O consumo de todo esse material tem um enorme impacto ambiental, não apenas em termos da poluição criada durante a mineração e do esgotamento dos recursos naturais para criar as coisas que você compra, mas também em termos de carbono proveniente do transporte”, disse ao portal alemão Deutsche Welle.
Uma quantidade cada vez maior de compras na Black Friday acontece online, com um dia dedicado – Cyber Monday – projetado para prolongar o consumismo. O maior problema é que, normalmente, comprar online tem uma pegada de carbono muito maior do que comprar em lojas locais por causa da entrega.
O setor global dos transportes é atualmente responsável por até 4% das emissões mundiais, e o Parlamento Europeu estima que as emissões provenientes apenas da indústria marítima global poderão aumentar até 17% até 2050.
As compras da Black Friday e do Natal, onde ofertas como frete grátis e devoluções grátis são comuns, contribuem para esse problema.
“Nossa pesquisa mostra que 400.000 toneladas de CO2 serão admitidas na atmosfera como resultado do transporte para a Black Friday no Reino Unido somente este ano”, disse Purnell.
Black Friday Sustentável é possível?
Para tentar tornar a Black Friday menos poluente, é preciso considerar algumas coisas antes de fechar o carrinho de compras.
Opte por embalagens ecológicas e recicláveis para seus produtos. Se puder, escolha transportadoras que têm políticas de entrega sustentável. Isso ajuda a reduzir o impacto ambiental do transporte de mercadorias.
Dê preferência para produtos duráveis, que tenham uma vida últil que supere as emissões de carbono geradas durante sua produção.
Comércio espera recorde de vendas na Black Friday
O comércio brasileiro está otimista em relação às vendas da Black Friday. A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de um faturamento de R$ 4,64 bilhões. Isso significa 4,3% a mais que em 2022.
Se a previsão de concretizar, será o maior volume de vendas para a data, trazida para o Brasil em 2010.
Um levantamento da CNC mostra que os segmentos de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,28 bilhão) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,05 bilhão) deverão responder por quase metade (48%) da movimentação financeira prevista.
Na sequência, se destacam os ramos de hiper e supermercados (R$ 1,02 bilhão) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 0,73 bilhão).
A desaceleração da inflação é um dos fatores que devem impulsionar as vendas, segundo a CNC. No ano passado, de acordo com a pesquisa, os preços livres da economia acumulavam alta de 9,7%. Este ano, a variação é de 3%.
A valorização de 7,5% do real ante o dólar é outro fator positivo, pois contribuiu para estratégias mais agressivas de preços por parte dos varejistas.